O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, ontem, 6, véspera do 7 de Setembro - Dia da Independência do Brasil -, a importância da soberania nacional e da união dos brasileiros na defesa da democracia, do meio ambiente e das instituições do País. O pronunciamento foi transmitido em rede nacional de rádio e televisão.
Lula afirmou que o 7 de Setembro simboliza a conquista da liberdade e da soberania brasileira e que o País não aceitará ordens de “quem quer que seja”.
“Não somos e não seremos novamente colônia de ninguém. Somos capazes de governar e de cuidar da nossa terra e da nossa gente, sem interferência de nenhum governo estrangeiro”, disse Lula.
Em referência a ataques contra a democracia, Lula afirmou que “é inadmissível o papel de alguns políticos brasileiros que estimulam os ataques ao Brasil”. "Foram eleitos para trabalhar pelo povo brasileiro, mas defendem apenas seus interesses pessoais. São traidores da pátria. A História não os perdoará."
O presidente ressaltou que a defesa da soberania se manifesta no combate à desigualdade, na proteção das conquistas dos trabalhadores, na criação de oportunidades para os jovens e no apoio a empreendedores e pessoas em situação de vulnerabilidade.
“Se temos direito a essas políticas públicas, é porque o Brasil é um país soberano e tomou a decisão de cuidar do povo brasileiro”, afirmou.
O presidente defendeu a independência entre os Poderes e disse que o País cumpre a Constituição Federal. “Isso significa que o presidente do Brasil não pode interferir nas decisões da justiça brasileira, ao contrário do que querem impor ao nosso País.”
Lula também defendeu a manutenção do Pix como sistema público e gratuito.
O presidente também falou a favor da regulação da redes, que tem sido usada por Trump como argumento para impor tarifas ao Brasil. “Reconhecemos a importância das redes digitais. Elas oferecem informação, conhecimento, trabalho e diversão para milhões de brasileiros, mas não estão acima da lei. As redes digitais não podem continuar sendo usadas para espalhar fake news e discurso de ódio. Não podem dar espaço à prática de crimes como golpes financeiros, exploração sexual de crianças e adolescentes e incentivo ao racismo e à violência contra as mulheres”, disse.
Na semana passada, o Senado aprovou um projeto de lei que estabelece regras para o uso das redes por crianças e adolescentes. A medida, conhecida como “ECA digital”, em referência ao Estatuto da Criança e do Adolescente, impõe sanções a empresas que descumprirem a legislação, podendo até suspender as redes.
O Brasil trava uma batalha comercial com os Estados Unidos desde que o presidente Donald Trump impôs tarifas de até 50% a produtos brasileiros. Ao anunciar as tarifas, Trump fez críticas ao governo brasileiro e ao ministro Alexandre de Moraes pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, o presidente dos EUA também mencionou a regulação das big techs.
Na sexta, 5, Lula afirmou que acredita que a relação entre os EUA e o Brasil voltará à normalidade, mas fez a ressalva de que, no momento, autoridades brasileiras não têm conseguido estabelecer diálogo com o país governado por Trump.
Entre os avanços do governo, o presidente citou a redução do desemprego, a abertura de mais de 400 novos mercados para exportações brasileiras em dois anos e oito meses, a diminuição pela metade do desmatamento na Amazônia e a preparação da Conferência do Clima da ONU (COP30), que será realizada em Belém, em novembro.
Ao encerrar o pronunciamento, Lula convocou os brasileiros à união. “Este é o momento da união de todos em defesa do que pertence a todos: a nossa pátria brasileira e as cores da bandeira do nosso país”, disse. (Das agências)