O Partido Liberal Jovem Ceará (PLJ Ceará) realizou na tarde deste sábado, 6, um evento político para jovens do partido em um pub localizado no bairro Edson Queiroz, em Fortaleza. O encontro, feito na véspera do 7 de Setembro, contou com palestras, debates e competições entre os participantes do evento e teve a presença do ex-vereador Fernando Holiday e de outros nomes do PL.
A ação vem percorrendo vários estados do Brasil e, dessa vez, parou no Ceará, onde o PLJ é presidido por Miguel Laurentino. Uma das ações promovidas para os jovens neste sábado foi a simulação de debates, em que dois participantes eram escolhidos para apresentar posicionamentos opostos sobre um tema. Os tópicos debatidos foram legalização das drogas, regularização das redes sociais e redução da maioridade penal, temas que o PL tem posições fincadas.
O deputado estadual Carmelo Neto, presidente nacional do PLJ, afirmou que o evento busca reunir a juventude do bloco e promover debates.
“O objetivo é interagir com a juventude de cada estado de direita do PL e formar essas pessoas para debaterem nas escolas, nas universidades, disputarem grêmio estudantil, ocupar espaço. E o PLJ tá aqui para ser a casa da juventude de direita conservadora, que admira o presidente Bolsonaro, que tem como líder. Aqui, tem gente que está representando várias cidades do Estado, núcleos estaduais e núcleos municipais. É o momento de reunir toda a nossa militância para que a gente possa se organizar ainda mais para o futuro”, detalhou.
Para a vereadora de Fortaleza Bella Carmelo (PL), a ação vem com o objetivo de integrar e oferecer formação aos jovens, grupo considerado como essencial para as eleições.
“Nós somos o maior partido do Brasil e nós temos muitos jovens, mas ainda não tínhamos aglomerado eles e o PLJ veio para isso. Desde que ele surgiu, tem juntado essa galera, estimulado e a gente tem dado formação sobre aquilo que a gente defende para que eles não fiquem como o pessoal da esquerda, só repetindo um monte de coisas sem saber o que é que está defendendo”, disse.
O ex-vereador Fernando Holiday também avalia o crescimento da juventude do partido, principalmente pelas redes sociais, e prevê a eleição de lideranças jovens no ano que vem.
“Eu acho que o PL hoje, até por conta do movimento da direita no Brasil que cresceu muito pelas redes sociais, tem muitos candidatos jovens, tem muitas lideranças jovens que em 2026 acho que vão tomar postos em Brasília. Aqui mesmo no Ceará, acho que o Carmelo é um bom exemplo disso. De liderança nacional, acho que a gente também tem o Nikolas [Ferreira], o Lucas Pavanato, em São Paulo, e muitos outros. Evidentemente que essas lideranças acabam inspirando outros jovens a seguir por esse mesmo caminho e acho que eventos como esse são uma forte sinalização para esse caminho”, avaliou.
Questionado sobre os possíveis apoios do partido para as eleições de 2026, Holiday enfatizou que a prioridade da sigla é a tentativa de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) pela trama golpista.
“Eu acho que qualquer discussão no PL nesse momento que não seja a tentativa de reabilitar a elegibilidade do presidente Bolsonaro, seria uma falta de respeito com ele, que é a principal liderança hoje. E não vejo nem o próprio Tarcísio [de Freitas] se colocando como essa pessoa nesse momento. A missão do PL, nesse momento, deve ser a reabilitação e a anistia do presidente Bolsonaro e de todos aqueles que estão sendo julgados pelo Supremo”.
O ex-integrante do MBL ainda comentou sobre a possibilidade de Ciro Gomes (PDT) se candidatar para algum cargo ano que vem com um eventual apoio do PL. Para Fernando, alguém que não seja da “direita raíz” não terá sucesso com o eleitorado.
“Eu acredito que qualquer pessoa que não seja da direita raiz, que não tenha participado dessa luta com o Bolsonaro nos últimos anos, não vai ter espaço e nem vai conseguir dialogar com esse eleitor. Agora, claro, qualquer pessoa que queira agregar nessa luta, mesmo se o próprio Ciro Gomes adotar boa parte desse discurso, boa parte desses ideais, acho que é bem-vindo, mas, como candidato, acho que o eleitor deseja alguém que seja da direita raiz. Esse nome hoje é o próprio Jair Bolsonaro”.
Sobre o cenário político local, o deputado Carmelo Neto falou sobre a possível construção de uma unidade para fazer oposição ao PT no Estado.
“Nós estamos dialogando com todos aqueles que querem compor uma frente ampla de oposição ao PT no estado do Ceará. Eu até arriscaria dizer que a tendência é a construção de uma unidade, até pelo que eu converso com os outros mandatários, membros do partido. Existe, hoje, uma boa tendência pela unidade, mas, obviamente, é diálogo. Ainda falta um ano para a eleição. As convenções devem ocorrer em julho e agosto do próximo ano. Então, nesse tempo a gente vai dialogar com as outras forças políticas, entender o papel de cada uma delas nesse contexto e, claro, trabalhar para libertar o Ceará que está sendo muito mal administrado pelo PT”, afirmou.
Carmelo Neto acredita que o projeto de lei da anistia ampla e irrestrita será pautado na Câmara dos Deputados. De acordo com o parlamentar, o deputado federal e líder do PL Sóstenes Cavalcante teria falado sobre um ambiente favorável para a votação da matéria com o apoio da maioria dos partidos.
“Eu estive em Brasília essa semana, conversei com o líder do nosso partido na Câmara dos Deputados, deputado Sóstenes, que me comunicou que, em uma reunião de líderes da Câmara dos Deputados, o próprio Hugo Motta afirmou que já tinha um ambiente favorável e já tinha maioria entre os partidos, inclusive partidos que hoje estão aliados ao governo do PT, mas que já tem maioria até nesses partidos para que a gente aprove o texto da anistia”, disse.
O ex-vereador Fernando Holiday também destacou que o projeto de anistia ampla, que inclui Jair Bolsonaro, é o único possível para a direita e pontuou que um texto alternativo não terá o apoio do bloco.
No entanto, as recentes movimentações apontam que o projeto poderá ser votado, porém sem contemplar o ex-presidente.
Uma versão inicial do texto proposto pela oposição bolsonarista, divulgada nesta semana, concede o perdão aos envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro e busca livrar Bolsonaro da condenação por tentativa de golpe, garantindo também a sua elegibilidade.
Para Hugo Motta, a proposta não irá para frente e também não deverá ser votada no Senado, conforme conversas entre o deputado e o presidente do Senado Davi Alcolumbre. Há a possibilidade, porém, de votar um projeto alternativo em relação à dosimetria das penas, mas não ao perdão de crimes.