Para o consultor Bruno Iughetti, esta é uma questão que precisa ser melhor discutida, já que ainda não há um estudo logístico, de ambas as partes, que indique assertivamente a viabilidade técnica da transferência. “Se a refinaria tivesse vingado, não resta dúvida de que a transferência seria imprescindível.

Mas, agora, a questão precisa ser pesada já que vai tirar um parque que já funciona para algo novo, que exigiria investimentos de grande porte dos distribuidores, sem a devida contrapartida de um aumento de volume de vendas”.

Por ser mais distante dos pontos de venda do que no Mucuripe, ele alerta que o que pode acontecer em um primeiro momento é um encarecimento no frete na ordem de R$ 0,50 por mil litros. “Agora é importante também ter uma base de distribuição moderna. O que precisa é que as partes sentem para chegar a um consenso”.

Já para o titular da Secretaria da Infraestrutura, Lúcio Gomes, estudos conclusivos preliminares feitos pelo Estado apontam que a transferência vai resultar em uma queda nos preços finais em função da possibilidade de se praticar menores preços nas cargas e descargas de navios. “As principais vantagens são o calado do porto do Pecém, que permitirá a atracação de navios com maior capacidade; as melhores condições operacionais do porto; a inexistência de habitações no entorno e área para expansões”.

Por outro lado, Lúcio alega que existem restrições para ampliações do parque no Mucuripe, que vão desde questões ambientais; do plano diretor de Fortaleza; do Ministério Público, à segurança.

A SP Distribuidora, que em 1995 já tinha formalizado um pedido para investir em armazenagem no CIPP, informou que continua acreditando no Pecém, mas chama atenção para o fato de que no curto prazo existe a necessidade de adequação do Mucuripe.

A advogada Rachel Filomeno também defende a adoção de medidas paliativas até que a transferência se conclua.