A greve dos caminhoneiros causou perdas iniciais diretas de R$ 4,28 bilhões nos setores de leite, frutas, aves e suínos, segundo cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). As informações foram coletadas com associações de produtores e com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O prejuízo pode ser ainda maior, uma vez que foram retirados do cálculo os dados de difícil verificação, como os impactos futuros e indiretos.
Os produtores de aves e suínos tiveram prejuízos diretos de R$ 3 bilhões, considerando perdas com a comercialização no mercado doméstico e exportações, animais mortos e custos logísticos.
As perdas na produção de frutas e hortaliças foram estimadas em R$ 920 milhões, considerando as mercadorias descartadas nas estradas e no campo, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas). As culturas mais afetadas foram as de mamão, manga, uva, goiaba e acerola.
Durante a paralisação, os produtores de carne bovina tiveram que segurar o gado no pasto por conta da interrupção do abate nos frigoríficos. O setor deixou de exportar 40 mil toneladas de gado durante a greve, o equivalente a US$ 170 milhões, diz o Ipea.
Já a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou ontem que todas as 167 unidades frigoríficas que haviam suspendido a produção durante a paralisação dos caminhoneiros retomaram as atividades nesta semana. A associação afirma ainda que a greve resultou em prejuízos totais de R$ 3,15 bilhões.
Agência Estado