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Transnordestina tem prejuízo de R$ 149,8 milhões em dois anos
Economia

Transnordestina tem prejuízo de R$ 149,8 milhões em dois anos

| BALANÇO FINANCEIRO | Em mais de uma década, apenas 15% do trecho da ferrovia que corta fica no Ceará foram executados. Ao todo, 52% da obra estão concluídos
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A Transnordestina Logística S.A (TLSA) - empresa controlada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), responsável pela construção da ferrovia que deveria interligar o sertão do Piauí (Eliseu Martins) e os portos de Suape (PE) e do Pecém (CE) - acumula prejuízo de mais de R$ 149,8 milhões em dois anos. Só em 2017, o passivo foi de R$ 46,1 milhões, segundo relatório administrativo assinado pela auditoria independente PricewaterhouseCoopers. No Ceará, o trecho Missão Velha - Pecém, de 527 quilômetros (km), em mais de uma década, apenas 15% das obras foram executados.


Este é um dos pedaços mais críticos da ferrovia. De acordo com o relatório, divulgado no Diário Oficial do Ceará (DOE), desde que as obras foram retomadas em novembro de 2014, nos quatro primeiros lotes – MVP 01 ao 04 - foram apenas 200 km em construção, com avanços de 19% em Infraestrutura e 13% em Obras de Arte Especiais (OAE).

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Em seguida, aparecem, segundo o documento, o trecho de 544 km, compreendido entre Salgueiro e Porto de Suape, em Pernambuco, com 41% das obras executadas e os 423 km que separam Eliseu Martins a Trindade, ambas as cidades localizadas no Piauí, com avanço de 64%.


Até o 31 de dezembro de 2017, os únicos trechos totalmente concluídos são os de Salgueiro (PE) - Missão Velha (CE), com 96 km, e o que liga Salgueiro (PE) a Trindade (PI), mais 163 km de extensão.

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Desde o Leilão da Malha Ferroviária Nordeste, realizado em 1997, passando pelo início da implantação da ferrovia, em 2006, o projeto da Transnordestina já consumiu mais de R$ 6,4 bilhões. Porém, dos seus 1.728 km de extensão, apenas 599 km de grade ferroviária está montada até agora. O número correspondente a 52% do total da obra.


Ainda assim, sem trazer resultados efetivos, critica o deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), que há pelo menos três anos acompanha a evolução da obra pela Comissão Externa criada na Câmara dos Deputados.


“A obra teve início pelo meio, em Salgueiro, que liga nada a nada. Se tivesse feito o braço do Ceará para Eliseu Martins ou de Suape a Salgueiro, pelos menos estas regiões já estavam usando a ferrovia e teriam sentido menos a crise dos combustíveis em maio deste ano. Mas não, foi feita pelo meio do trajeto”, observa o parlamentar.


De acordo com ele, um dos grandes erros do projeto é a falta de planejamento. “Desde o início da obra, foi feito muito marketing em cima da Transnordestina, a concessão. Foi dado dinheiro e nem o projeto de engenharia estava concluído”, acrescenta.


O número de funcionários da TLSA - que chegou a empregar 837 pessoas em dezembro de 2016 - caiu para 324 em dezembro do ano passado. Esta queda de 61,29% na quantidade de operários reflete a redução do nível de atividade na obra, principalmente, nos lotes dos trechos cearenses e na superestrutura, financiada por entes públicos e privados.

 

RECURSO

Com início em 2006, a construção da Transnordestina é uma das obras de infraestrutura mais atrasadas do Brasil. O orçamento original, de R$ 4,5 bilhões, já foi há muito ultrapassado. Hoje, estima-se que a obra toda consumirá cerca de R$ 12 bilhões
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