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O movimento das microeconomias
Economia

O movimento das microeconomias

| MENSURAÇÃO DO IMPACTO | Na Capital, conforme a tabela IPCA, o preço das frutas subiu quase 10% entre dezembro de 2018 e janeiro deste ano
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Depois dos supermercados, são os feirantes o segundo maior grupo comprador de hortifruti na Ceasa. Além da frequência assídua, são eles também os principais compradores dos produtos fabricados no Ceará. O que resulta em economia na hora de repassar ao consumidor.

De acordo com dados do histórico do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro deste ano, foram as frutas os produtos que mais resultaram na alta do preço da cesta básica naquele mês. A elevação foi de mais de 6% no País e de quase 10% na Capital.

Odálio Girão, analista de mercado da Ceasa, são os feirantes que costumam comprar produtos que geralmente não são adquiridos por supermercados, por não possuírem o padrão de cor e tamanho, mas que são bastante aceitos. É o caso de tipos diferentes de frutas e legumes como tomate cajá, mais alongado e com menos sementes.

Ele cita ainda o abacate, que o comerciante das feiras geralmente compra o fruto produzido no Ceará, um pouco menor, no entanto, mais barato. "É diferente do abacate comprado pelo supermercado que é mais robusto, que vem de Minas Gerais", diz.

"No começo do ano tivemos o impacto de preços elevados para alguns produtos, principalmente aqueles que entraram no período de entressafra, como banana, uva e abacaxi. É um salto na curva de nível de preço que reflete no consumidor. O feirante busca os produtos mais baratos e as ofertas para conseguir vender muito nos ajuda nessa cadeia de comercialização ao colocar os produtos no mercado de bairros e praças", explica Odálio.

O economista Alex Araújo ressalta a prioridade pela escolha de produtos da região e de produtos de época, o que garante aos feirantes a possibilidade deste repasse por preço menor. "São grupos que se especializaram em percorrer diferentes bairros e trazem essa alternativa para o consumidor, não só de produtos frescos, mas já pré-selecionados".

O Ceará tem alguns polos de produção como na região da Ibiapaba, no Maciço de Baturité, no Vale do Jaguaribe e até no Cariri, mas também há produtos de outros estados do Brasil, como o abacaxi e a laranja, por exemplo. A nutricionista Tanara Ferreira aponta que essa escolha por itens da época garante que frutas e verduras tenham menor quantidade de agrotóxicos, sabor mais apurado e, consequentemente, maior quantidade de vitaminas e antioxidantes.

A busca por produtos sem agrotóxicos é outra tendência apontada por Alex Araújo. Conforme ele, o mercado de feiras de frutas orgânicas também tem crescido bastante, como é o caso da feira que ocorre todas as terças-feiras no Mercado dos Pinhões.

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