A geração de competitividade entre cartões de crédito e crediário deve contribuir para uma redução dos juros praticados atualmente no mercado. O Cadastro Positivo deve contribuir para que o movimento aconteça.

Proposta que ainda depende da sanção do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o Cadastro Positivo deve facilitar a concessão de crédito para consumidores que sejam bons pagadores. Com o crescimento do crediário e perda de competitividade dos cartões de crédito, o público usuário pode ser expandido.

Presidente da CDL Fortaleza, Assis Cavalcante acredita que a maior competição deve ser ampliada, após o "monopólio" das administradoras de cartão ser quebrado com a entrada de empresas como a Pagseguro no mercado.

"Agora, no momento em que tivermos confiança para quem vender por crediário, as administradoras de cartão vão entrar nessa competição, querendo colocar produtos e taxas mais competitivas para os empresários", complementa.

Jair do Amaral Filho é professor do Departamento de Teoria Econômica da Universidade Federal do Ceará (UFC) e explica que existe um processo de desendividamento das famílias desde o ano passado. Ele acrescenta que como o processo de reacendimento da economia ainda é tímido e o desemprego ainda é alto, os consumidores estão mais prudentes.

A volta do crediário deve beneficiar principalmente aqueles consumidores com menor renda, que foram muito penalizados pela crise. "Quem está entrando no crediário é porque não tem tanto acesso ao cartão de crédito, pois tem um nível de consumo mais popular. A taxa de juros do cartão para aqueles consumidores assalariados é muito alta, então diria que há uma entrada do crediário, mas ainda muito tímida", analisa.