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O uso dos medicamentos alternativos no Estado
Economia

O uso dos medicamentos alternativos no Estado

Chás e ervas. Combate à dor
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Tipo Notícia

Comprar remédios sempre deixou o vendedor e artesão Cícero Araújo Soares, 53, desconfiado pelos efeitos colaterais que poderiam causar. Ele conta que acredita mais na eficácia dos naturais e recorre a estes quando fica doente.

"Acredito mais no remédio tradicional feito em casa, como lambedor, chás de ervas, cascas e misturas. O remédio de farmácia tem muita química. Muitas vezes fico gripado e evito comprar remédios e prefiro recorrer ao mel, raízes, também gengibre", revela o artesão, que representa umas das caras dos cearenses que fazem o mesmo.

A aversão a remédios industriais aumentou quando a mãe, Raimunda Araújo Soares, de 88 anos, precisou tomar medicamentos para fortes dores que sentia na coluna, porque não poderia ser operada devido a idade avançada.

Cícero lembra que os gastos com o medicamento oneravam suas finanças e ele percebia que os efeitos colaterais prejudicavam sua mãe. O quadro mudou quando Raimunda alterou seu tratamento e passou a usar remédios naturais, principalmente chás de ervas, raízes e cascas. As receitas foram aprendidas com amigas.

"Minha mãe aprendeu a fazer chás de babosa, marmeleiro. Nunca mais precisou de remédios para dor desde que passou a tomar somente chás. Ela era dependente do remédio, precisava tomar todos os dias um medicamento muito forte, receitado pelo médico, o que estava causando dependência e destruindo o seu organismo, principalmente o estômago", diz.

Ainda de acordo com ele, há seis meses tomando os chás, a mãe não pede mais comprimidos e o quadro de saúde melhorou. A situação é bem diferente da época em que tinha de pagar consultas particulares para conseguir uma receita para comprar o remédio.

Doutor em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e diretor do Sinfarce, Edilson Martins declara que mesmo tendo por preferência se utilizar de medicamentos mais simples, o paciente sempre deve ter cuidado, pois eles não são isentos de risco, sejam comprados em farmácias ou naturais. "Por via de regra, o paciente não deve consumir medicamentos sem indicação de um profissional habilitado, seja médico, dentista ou farmacêutico", recomenda.

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