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Estado da rodovia de acesso ao Porto do Pecém prejudica transporte de cargas
Economia

Estado da rodovia de acesso ao Porto do Pecém prejudica transporte de cargas

O POVO colheu relatos de que dois caminhões teriam atolado, causando engarrafamento de quase 24 horas, devido à situação
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TRECHOS da CE-155 são tomados por buracos e lama (Foto: Via WhatsApp O POVO)
Foto: Via WhatsApp O POVO TRECHOS da CE-155 são tomados por buracos e lama

A principal via de acesso ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém tem sido motivo de dor de cabeça para empresários e caminhoneiros nos últimos dias. Em obras desde 2017 para a duplicação das pistas, a CE-155 possui hoje trechos comparados a estradas carroçáveis. Com o agravo das recentes chuvas registradas na região, operações no porto têm sido prejudicadas, motivando queixas.

De acordo com a Associação das Empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Aecipp), o grande volume de precipitações que atingiram o Ceará durante esta quadra chuvosa danificou a rodovia, que tem intenso fluxo de veículos de grande porte, entre carretas e caminhões, todos os dias.

"Essa situação traz grande perigo para os que trafegam diariamente na estrada e tem impactado sobremaneira os negócios das empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, uma vez que as condições da CE têm dificultado e atrasado a movimentação dos veículos", comunicou a Aecipp, por meio de nota, sem revelar quantas operações estão sendo prejudicadas.

O Governo do Estado iniciou, em dezembro de 2017, a duplicação da CE-155, no trecho correspondente da BR-222 até o Porto do Pecém, com a promessa de "melhoria viária" para deixar o acesso "mais seguro e ágil, aperfeiçoando a logística de transporte para o terminal portuário". A intervenção faz parte do projeto Ceará de Ponta a Ponta e estava com prazo de entrega em 15 meses.

Contudo, o estado da rodovia é outro, segundo reclama o caminhoneiro Nelton da Silva, que trabalha transportando materiais pesados para empresa instalada no Complexo. Ele conta que a via está "bastante danificada", afetando assim não somente as operações no porto, mas também quem precisa fazer o trajeto todos os dias.

"Com a pista do jeito que está, esburacada e cheia de lama, os custos com o combustível e com a manutenção dos veículos se tornam ainda maiores", critica, destacando a situação dos motoristas autônomos. "Sem contar o desgaste físico, porque, com a pista desse jeito, a gente fica na estrada por mais tempo".

Uma fonte que trabalha no Cipp, que não quis se identificar, advertiu que a situação da CE-155 é "horrível". Relata que por volta das 14 horas da terça-feira, 22, duas carretas em sentidos opostos atolaram no mesmo trecho da rodovia, impossibilitando a passagem dos demais veículos. "Mais de cem caminhões ficaram presos no engarrafamento".

A história foi confirmada por Nelton, que acrescentou que o congestionamento teria persistido até o meio-dia de ontem. "A gente fica de mãos atadas, sem saber a quem procurar ou reclamar. A categoria é muito forte, mas precisa de apoio para denunciar essa situação".

Em nota enviada ao O POVO, a Superintendência de Obras Públicas (SOP) explicou que as fortes chuvas foram as responsáveis por danificar a rodovia. "Equipes de manutenção estão na CE-155, realizando serviços de recuperação da malha e desobstrução de drenagem para melhorar as condições de trafegabilidade na via".

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