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Moradores reclamam de falta de assistência
Economia

Moradores reclamam de falta de assistência

| Maraponga | Sem objetos pessoais e documentos, eles estão morando na casa de terceiros e sofrem com a falta perspectiva de um desfecho
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EDIFÍCIO Benedito Cunha: sinais de falha estrutural teriam surgido há dois meses (Foto: Tatiana Fortes)
Foto: Tatiana Fortes EDIFÍCIO Benedito Cunha: sinais de falha estrutural teriam surgido há dois meses

Quatro dias após o desabamento parcial do edifício Benedito Cunha, no bairro Maraponga, seus ex-moradores reclamam da falta de amparo. Sem um lar, eles estão tendo de recorrer à casa de familiares e amigos. Os moradores tiveram de sair de suas casas no sábado, 1º, quando colunas de sustentação do prédio cederam. Não houve tempo de tirar nada. Em alguns casos, mesmo documentos ficaram no local. Além do prédio, que abrigava 16 famílias, 15 residências da travessa também foram interditadas.

"Estou com esta roupa aqui desde sábado", desabafa, com lágrimas nos olhos, Maria Auridiana Duarte, 49, que residia na casa ao lado do edifício. Além de documentos, roupas e um motor de lavar carro que um sobrinho usava para trabalhar, ainda estão na casa as galinhas que ela criava.

Neto Barbosa, morador do prédio, relata que a imobiliária demonstrou intenção de reparar os bens perdidos pelos moradores, mas não houve "nada concreto". A O POVO, na terça-feira, 4, o advogado que representa os proprietários do prédio, afirmou que a orientação era para cada locatário fazer lista do que possuía.

Um outro morador do condomínio, que pediu para não ser identificado, afirma que as vítimas desejam não só indenização pelos danos materiais, mas também pelo dano moral. "A gente devia estar recebendo assistência psicológica", diz o homem, destacando que as vidas dos moradores, entre eles, crianças, estiveram em risco. Outra de suas preocupações é com saques, embora policiais militares estão fazendo patrulhamento do local 24 horas. A fonte ainda disse ter visto indícios de que o prédio desabaria há dois meses. Mas não mudou-se porque a quebra de contrato resultaria em prejuízo de R$ 4 mil.

Em nota, a assessoria da Defesa Civil diz acompanhar a situação desde o dia do ocorrido. As equipes estão "continuamente" na área, conversando com a população e entregando material assistencial, como, cestas básicas e colchonetes, "de acordo com a necessidade de cada família". Os moradores que ainda não receberam podem se dirigir a qualquer um dos agentes da Defesa Civil presentes no local e fazer a solicitação, que será atendida, garante o órgão. (com informações de Germana Pinheiro)

Confira áudio:

Laudo

Laudo emitido no último 30 de maio pelo engenheiro Lawton Parente afirmava não haver indício de colapso estrutural, total ou parcial

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