No Brasil, a maior parte das usinas eólicas estão na Bahia, com 3,9 mil MW de capacidade instalada, que também foi responsável pela maior parte da geração em maio deste ano, com 1.798,3 MW médios. O Ceará é o terceiro em capacidade instalada, com 2,3 mil MW. Nos próximos anos, a perspectiva é de crescimento.
Jurandir Picanço reforça que o setor está expandindo no Ceará, embora ainda não seja suficiente para ultrapassar Rio Grande do Norte e Bahia, já que estes estados também vem com forte alta.
Ele dá como exemplo o último leilão A4-2019, realizado no último mês de junho, cujos parques devem entrar em operação daqui a quatro anos. No segmento eólico, um terço dos parques contratados ficará no Rio Grande do Norte. Já na energia solar, dos seis parques fotovoltaicos contratados, cinco ficarão no Ceará. "Foi um excelente resultado".
Para o próximo leilão A-6 (em operação daqui a seis anos), que ocorrerá em outubro, dos 1.829 projetos habilitados, 156 estão no Ceará. Destes, 3,1 mil MW seriam de fonte solar, 2 mil MW de eólica e 2,1 mil MW de térmica a gás natural.
O secretário-executivo de energia e telecomunicações do Ceará, Adão Linhares, explica que a maior oferta de projetos é fruto das mudanças na política de atração de investimentos para o setor de energia no Estado, como a desburocratização dos licenciamentos. "Não abrimos mão das exigências, mas o trabalho de conceder licenças foi otimizado, melhorando a ambiência de negócios", diz.
Ele ressalta que o Ceará também está alinhado com o Governo Federal para melhorar a questão da infraestrutura das linhas de transmissão, o que foi um grande complicador para atrair investimentos na última década. "O próximo passo é compor essa mesma infraestrutura de transmissão de alta tensão no Interior, no Sertão Central, em áreas já desertificadas, mas com enorme potencial solar", afirma.