O Governo do Estado fechou as contas do primeiro semestre com superávit primário (resultado positivo de todas as receitas e despesas, excetuando gastos com pagamento de juros) de R$ 2,4 bilhões. De acordo com o secretário executivo do Tesouro Estadual e Metas Fiscais, Fabrízio Gomes, o desempenho foi em torno de 10% melhor ante igual período de 2018.
Ele destaca que o primeiro ano desta gestão, apesar de ser de continuidade, tem como foco os ajustes nas contas públicas, justamente, para poder garantir o nível de investimentos nos próximos anos. "E os resultados tanto de crescimento de arrecadação como de redução de despesas têm sido muito satisfatórios, ainda mais considerando que o cenário econômico no Brasil ainda é muito difícil".
Quando se observa o comportamento das receitas e despesas mês a mês, de janeiro a junho, o balanço financeiro mostra que abril foi o de maior sufoco para o Governo. O saldo fechou no vermelho em mais de R$ 127,5 milhões. Nos demais, os resultados são positivos.
Para o economista Sérgio Melo, os números demonstram que o Ceará ainda continua muito à frente de outros estados da União, como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, considerados em situação fiscal péssima. Mas é necessário cautela. "É preciso manter toda atenção, pois a situação fiscal do Ceará, apesar de melhor do que de outros estados, não é tão confortável".
O vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-CE), Wilton Daher, avalia que há uma perspectiva de melhora. "Acredito que no período de julho a dezembro a economia vai aquecer um pouco haja vista os números recentes anunciados pelo Governo Federal, como a antecipação do FGTS e PIS. Uma parte desse valor vai circular no mercado cearense e, por via de consequência, vai melhorar a arrecadação do Estado".