O Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) é o carro-chefe das linhas de crédito imobiliário no Brasil e, consequentemente, puxa o setor de construção civil. Ocorre que o novo financiamento oferecido pela Caixa Econômica vale apenas para consumidores no perfil do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e Sistema Financeiro Imobiliário (SFI). Por esta razão, o impacto na economia com esse novo financiamento da Caixa Econômica pode não ser o previsto.

Clausens de Almeida Duarte, diretor de Obras de Habitação de Interesse Social do Sindicato das Construtoras do Estado do Ceará (Sinduscon-CE), disse que a medida é positiva e pode ajudar a melhorar a atividade econômica, mas em proporção reduzida. "O impacto não será como a gente gostaria. O MCMV representa um terço do mercado imobiliário", aponta.

Segundo Clausens, os repasses para o programa estão atrasados há 60 dias. O que resultará em 4 mil desligamentos de empregos diretos e 8 mil indiretos no Ceará. Ao todo, afirma, são 15 obras paralisadas no Estado.

A professora do curso de Finanças e Economia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenadora do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP), em Sobral, Alessandra Araújo, acredita que a medida pode impulsionar a aquisição dos imóveis, por ser um produto voltado para um público de renda mais alta. Outros setores como eletrodomésticos e móveis também teriam o reflexo desse movimento.

No Ceará, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), a construção civil movimentou R$ 33,7 milhões de recursos da caderneta.