O Banco Central nomeou, por meio de portaria, Ricardo Liáo para a presidência da Unidade de Inteligência Financeira (UIF) - o novo nome do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que mudou do Ministério da Economia para o Banco Central por medida provisória publicada no Diário Oficial.
Liáo é servidor de carreira do BC e já fazia parte da cúpula do conselho. Ele substituirá Roberto Leonel, que estava no comando do órgão desde o início do governo Bolsonaro por indicação do ministro Sérgio Moro. Leonel foi exonerado após criticar, em entrevista ao Estado, decisão do presidente do Supremo, Dias Toffoli, de suspender investigações com dados do Coaf.
A MP permite a nomeação de qualquer pessoa - e não só servidores da autarquia ou de outros órgãos públicos, o que abre brecha para influência política, dizem analistas.
Para a Associação Nacional dos Analistas do Banco Central do Brasil (ANBCB), esta flexibilização representa um retrocesso. "A transferência da UIF para o BCB pode trazer sinergias positivas no combate à lavagem de dinheiro, desde que respeitada a Lei nº 9.650, de 27 de maio de 1998, que rege a carreira dos servidores do Banco Central", defendeu a associação dos analistas. "Este dispositivo determina que somente servidores da instituição podem ocupar os cargos sob sua guarida, com exceção da Diretoria Colegiada." (Agência Estado)