A informação de que o Governo Federal deve leiloar o Terminal de Passageiros do Porto de Fortaleza repercutiu de forma positiva, mas com ressalvas. Baseado no sucesso da concessão do Aeroporto de Fortaleza, o secretário do Turismo do Ceará, Arialdo Pinho, diz que são necessárias outras medidas de incentivo à iniciativa privada para que a privatização se torne interessante.
Ele afirma que a gestão do terminal tem potencial de melhora, haja vista que atualmente "fica à espera de navios". Ele, no entanto, pondera que "privatizar não quer dizer que seja o melhor caminho, pelo menos é um". "Precisa ter um arcabouço de medidas para que venha operar a contento, leis de incentivos estaduais e valores dos práticos que oneram muito o custo de operação".
Para ele, outros incentivos em âmbito federal também são parte da demanda de crescimento no terminal. E isso passa pelo desenvolvimento de linhas de navios internas, "ligando Santos ao Nordeste, passando pelo Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Fortaleza, combinado com o (modal) aéreo".
Já o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Ceará (ABIH-CE) e ex-secretário do Turismo de Fortaleza, Régis Medeiros, espera que uma empresa com "know-how" seja conduzida à administração do terminal para que o resultado possa ser comparável ao do aeroporto.
Régis destaca que uma atuação mais ativa na atração de cruzeiros marítimos deve consolidar Fortaleza neste mercado e trazer retornos econômicos positivos para diversas cadeias. A posição geográfica da Cidade, como "um grande portão de entrada e saída" do Brasil, deve favorecer esse processo.
"No turismo de cruzeiros, se pegarmos grandes exemplos como os de Miami e Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, e de Barcelona, na Espanha, tem um impacto muito grande no turismo, e isso pode acontecer em Fortaleza".
Os investimentos e gestão pela iniciativa privada são pontos destacados pelo vice-presidente da ABIH-CE. Ele considera que essa ação pode reverter uma atual "ociosidade" do terminal. (Samuel Pimentel)