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Governo atrasa R$ 40 milhões para o Minha Casa, Minha Vida no Ceará
Economia

Governo atrasa R$ 40 milhões para o Minha Casa, Minha Vida no Ceará

|HABITAÇÃO | Empresários da construção civil realizaram protesto ontem, em Fortaleza e Iguatu. Cerca de 20 empresas aguardam regularização somente na principal faixa do programa
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Tipo Notícia
EM FORTALEZA, protesto foi realizado na Praça Portugal, na Aldeota (Foto: mauri melo)
Foto: mauri melo EM FORTALEZA, protesto foi realizado na Praça Portugal, na Aldeota

Responsável por dois terços do mercado de construção civil no Estado, os repasses do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) tê mais de 70 dias de atraso. O Sindicato das Construtoras do Ceará informa a Caixa Econômica Federal está devendo cerca de R$ 40 milhões e prejudicam cerca de 20 construtoras locais somente na faixa 1 do programa, que contempla famílias de baixa renda. Ontem, no da visita a Fortaleza do ministro da Economia, Paulo Guedes, empresários do setor organizaram protestos na Capital e em Iguatu. Houve paralisação em uma das obras habitacionais.

Em Fortaleza, os manifestantes se concentraram na Praça Portugal, na Aldeota. Além de empresários, operários, corretores e outros profissionais de categorias relacionadas ao setor da construção civil participaram do protesto.

No Ceará, um total de 700 empresas de pequeno e médio portes trabalham nas faixas 1,5; 2 e 3 do Minha Casa, Minha Vida. Elas empregam aproximadamente 20 mil pessoas. Outras 25 mil trabalham nas demais nas demais construtoras que executam obras ligadas à faixa 1. De acordo com o presidente do Sinduscon-CE, André Montenegro, em razão do atraso no repasse dos recursos, há cerca de 40 dias não se contrata mais imóveis em Fortaleza nessas faixas do programa.

"(Na faixa 1) O Governo Federal entra com 5% do orçamento geral da União e supre os mais pobres. Vale destacar que as construtoras, na verdade, prestam um serviço ao Governo. Hoje (Ontem) foi liberado apenas uma parte deste recurso. É um caso muito sério, pois as empresas não têm previsibilidade de pagamento e põem o pé no freio com as obras, atrasando a entrega dos imóveis", explica.

Ele lembra que, somente em agosto último, aproximadamente 3 mil trabalhadores da construção civil foram demitidos no Ceará, impactando negativamente a economia do Estado. O presidente do Sinduscon-CE ainda afirma que, mesmo com a liberação dos recursos, novas contratações não devem acompanhar o ritmo com que foram feitas as dispensas, porque o mercado se sente inseguro com o Governo.

Sobre as faixas 1,5; 2 e 3, Montenegro revela que são obras tocadas por empresas de menor porte e é a faixa que tem grande penetração nos municípios do Interior", gerando empregos em diferentes regiões. "A falta de repasses acaba prejudicando a economia dessas cidades, já que essas obras beneficiam indiretamente vários outros setores", observa.

Quanto à manifestação, o presidente do Sinduscon-CE reforça que o ato foi "espontânea, pacífico e apolítico" e não teve relação direta com a visita do ministro Paulo Guedes a Fortaleza. O objetivo, aponta, foi acender no Governo um sinal de alerta para o que passa a categoria.

O POVO entrou em contato com a Caixa Econômica Federal para repercutir o assunto, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

 

Repasse

O Governo Federal anunciou que repassou ontem R$ 443 milhões para o programa Minha Casa, Minha Vida no Brasil. A expectativa é que, até a próxima semana, sejam liberados mais R$ 100 milhões para o programa

 

PÚBLICO

Nos protestos do setor de construção, o público estimado em Fortaleza foi de 150 pessoas. Já em Iguatu, foram contabilizados aproximadamente mil participantes. Os cálculos foram feitos pelo Sinduscon-CE

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