O setor têxtil no Ceará passa por momento de mudanças na busca de reverter resultados negativos em 2018 e no primeiro semestre de 2019. Empresários buscam maneiras de otimizar a produção para aumentar a produtividade. Iniciada ontem, em Fortaleza, as feiras Maquintex e Signs Nordeste reúnem os lançamentos em máquinas, serviços e química para a indústria têxtil, confecção e moda, e também as novidades no setor de serigrafia e comunicação visual.
Desafio para o Ceará se inserir neste ambiente de negócios mais disruptivo passa pelo investimento em pesquisa, pois, apesar de ter o sexto maior pólo têxtil do Brasil, representando 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Estado, não possui departamentos com pesquisas acadêmicas na área de engenharia têxtil. A vice-chefe do Departamento de Engenharia Têxtil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Iris Oliveira, avalia que é preciso investir mais na área.
Projetos inovadores para a indústria têxtil nacional já foram desenvolvidas na academia potiguar que devem se tornar tendência no mundo da moda nos próximos meses. O principal é o tecido repelente, que tem tecnologia que previne picadas de mosquitos como o Aedes Aegypti.
"Podemos esperar evoluções desde a manipulação de partículas de tamanho que ninguém enxerga até colorações e tingimentos que proporcionam proteção ultravioleta, capacidade antimicrobiana, fora outros tipos de acabamentos".
A expectativa da organização do evento é superar a marca de público da última edição do evento, que é bienal, e reuniu em Fortaleza 12 mil pessoas em 2017. Sobre o cenário de negócios, nos primeiros seis meses do ano, houve redução de 6,7% na produção, mais do que a média nacional de 2,1% e do Nordeste de 2,2%, segundo o Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
O diretor da Feira Brasileira para a Indústria Têxtil (Febratex), Hélvio Jr comenta que as feiras são reconhecidas no setor pelo potencial de negócios que gera, com conversas sendo iniciadas a partir das amostras.
A disrupção neste setor é ponto destacado pelo diretor de Operações da Audaces, que oferece soluções em sistemas para a indústria da moda, afirma que revoluções têm acontecido tanto na produção como no consumo.
"O advento da internet proporcionou uma quarta revolução industrial, mas isso afetou o consumo, motivando as mudanças na produção e o confeccionista tem que se preparar muito melhor", disse.
Tratado como setor que se complementa à indústria têxtil, a comunicação visual deve crescer 12% em 2019 em relação a 2018 e a participação do Nordeste no mercado chega a 22% no País, revela a diretora da Revista GF, Luciana Andrade. Ela diz que o mercado voltará a franco crescimento em 2020.
SERVIÇO
O Maquintex e Signs Nordeste segue com programação que segue até a próxima sexta-feira, 13, das 15h às 21 horas, no Centro de Eventos do Ceará (Pavilhão Leste). Além da exposição de maquinários e serviços, palestras e painéis são realizados. Confira a programação completa no link bit.ly/334dsbS