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Preços do petróleo sobem após ataques na Arábia Saudita
Economia

Preços do petróleo sobem após ataques na Arábia Saudita

| MERCADO | Expectativa é de como a situação vai afetar os valores dos combustíveis em diferentes países. No Brasil, repasse não deverá ser imediato, segundo Bolsonaro
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APÓS ATAQUES, barril de petróleo ficou 18% em relação à semana passada (Foto: REUTERS/Hamad I Mohammed)
Foto: REUTERS/Hamad I Mohammed APÓS ATAQUES, barril de petróleo ficou 18% em relação à semana passada

O governo da Arábia Saudita revelou que os ataques fizeram com que sua produção diária caísse para cerca da metade
O governo da Arábia Saudita revelou que os ataques fizeram com que sua produção diária caísse para cerca da metade

O preço do petróleo bruto teve forte alta, após os ataques com drones desse sábado, 14, reivindicado pelos rebeldes houthis do Iêmen em duas instalações petrolíferas na Arábia Saudita. O índice Brent ultrapassou os US$ 71 por barril, logo depois do começo do pregão de ontem em Londres, o que representa mais de 18% em relação à semana passada. O presidente Jair Bolsonaro (PLS) disse à TV Record, ainda no hospital, que a Petrobras não fará repasse imediato da alta do petróleo no preço dos combustíveis, após conversa com o presidente da estatal, Roberto Castello Branco.

Em Nova York, o índice WTI de preços futuros deu um salto de 15%, para mais de US$ 63 por barril. Os preços se acalmaram à medida em que o pregão continuou. Mas às 11 horas (horário do Japão), o preço futuro do petróleo nos mercados-chave ainda estavam cerca de 10% mais altos do que na semana anterior.

O governo da Arábia Saudita revelou que os ataques fizeram com que sua produção diária caísse para cerca da metade. Analistas de mercado dizem que um anúncio feito pelos Estados Unidos, de que vão se preparar para liberar suas reservas de petróleo, ajudou a conter a alta dos preços. Novas altas são possíveis até que se saiba mais detalhes sobre a capacidade de produção da Arábia Saudita.

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, disse que seu governo está pronto para responder aos ataques contra as instalações petrolíferas na Arábia Saudita. Ele publicou no Twitter que há razões para acreditar que se sabe quem é o culpado e que medidas estão prontas para serem tomadas, pendentes de uma confirmação. Trump também afirmou que os EUA estão esperando que a Arábia Saudita se manifeste sobre quem acredita ser o autor do ataque e como devem proceder.

A conselheira presidencial Kellyanne Conway disse à rede de televisão Fox News no domingo, 15, que o secretário de Estado, Mike Pompeo, havia "deixado claro que o regime iraniano é o responsável" pelos ataques.

Sobre a possibilidade de uma ofensiva contra o Irã, Conway afirmou que "o presidente, sua equipe de segurança nacional e o secretário Pompeo têm muitas opções sobre a mesa".

Insurgentes Houthi, apoiados pelo Irã no Iêmen, assumiram a autoria dos ataques. O Irã nega envolvimento.

Ontem, as ações da Petrobras mostraram alta. Às 11h30 as ações ordinárias da companhia (ON, com direito a voto) avançavam 3,61%, sendo cotadas a R$ 30,73, enquanto as preferenciais (PN, sem direito a voto) subiam 3,31%, a R$ 27,77; mais cedo a alta chegou a 4%.

"Para a Petrobras, vemos como positiva a alta do petróleo, contribuindo não só para o melhor preço de venda da commodity como também pode aumentar o interesse pelos ativos da cessão onerosa, com leilão previsto para os próximos meses", apontou Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos.

A alta no petróleo também afeta os papéis das empresas aéreas brasileiras: as ações PN da Gol caíam 6,53% e as da Azul, 7,42%.

A XP Investimentos destaca em relatório que cerca de 30% dos custos das companhias aéreas estão relacionados ao querosene de aviação, que deve subir com o petróleo mais caro.

O Ibovespa, principal índice de Bolsa de São Paulo, chegou a subir na abertura do dia, atingindo a máxima de 103.713,17 pontos, mas logo em seguida passou a cair, com a maioria das ações da carteira do índice cedendo.

Às 11h43, depois de chegar à mínima de 102.782,33 pontos, tinha queda de 0,07%, aos 103.431,20 pontos.Vale lembrar que esta segunda-feira é dia de vencimento de opções sobre ações, o que tende a gerar instabilidade. Às 11h51, o dólar era cotado a R$ 4,0824, com queda de 0,09%. (Com agências)

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IBOVESPA

O Índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), fechou o dia em alta de 0,17%, com 103.680 pontos

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