Logo O POVO+
"Custo Brasil" impede exportação de cimento, diz presidente da Apodi
Economia

"Custo Brasil" impede exportação de cimento, diz presidente da Apodi

Deficiência. Logística
Edição Impressa
Tipo Notícia Por

Os entraves burocráticos, impostos e custo de logística e operação portuária são os itens que inviabilizam a exportação de cimento do Ceará para o restante do mundo. Isso é o que diz o presidente da Cimento Apodi, Adauto Farias Junior. Ele conta, que mesmo existindo a proximidade com o Porto do Pecém, a operação dentro dos regulamentos exigidos torna mais interessante para os compradores continuar importando de empresas chinesas.

O executivo compara o custo gerado e diz que um potencial cliente na América Central teria mais gastos comprando do Brasil, que fica a seis dias de viagem de navio, do que da China, cujo tempo é de 45 dias.

"Nós temos preço para competir no mercado internacional tranquilamente. Temos condições de competir com a China. O problema é que não temos logística para essa competição. Se eu quiser dar cimento para o Haiti, doar, eles agradecem, recusam e preferem comprar da China, porque a nossa logística é muito cara e ineficiente. Estamos à beira de um porto, que se diz muito moderno, e eu não tenho condição de dar cimento para o Haiti", reclama.

No mercado interno, Adauto Farias afirma que a situação vem melhorando, mas que as expectativas são melhores para 2020, com a aprovação de reformas estruturais, como a da Previdência e tributária. Mas que, com o desaquecimento de mercado da indústria de construção civil e a falta de investimentos públicos em obras de infraestrutura, o mercado de cimento projetar crescimento próximo de 3% para este ano.

O executivo revela ainda que, assim como outras empresas deste mercado, a Apodi sofre com esse desaquecimento, que gerou baixos retornos nos balanços financeiros, mas que os investimentos em inovação e a retomada de uma base de segurança jurídica proporcione maior durabilidade nos crescimentos econômico. "Estamos nos preparando para isso e aguardamos ansiosos, não só por nós, mas por todas sociedade", reforça.

O que você achou desse conteúdo?