O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de agosto revela que Ceará teve o mês mais positivo em geração de empregos no ano. O total de 35.339 contratações no último mês e 30.814 demissões geraram saldo positivo de 4.525 vagas. A divulgação foi realizada pelo Governo Federal nesta quarta-feira, 25.
O resultado positivo se refere, principalmente, a 1,6 mil vagas abertas no setor de serviços. Agropecuária (969 vagas), comércio (+644), construção civil (+489) e indústria de transformação (+454) se destacaram.
Até agosto, o melhor número em 2019 havia sido registrado em abril, quando 2.153 postos foram gerados. Apesar de resultado animador para o mês, no acumulado do ano é notado saldo negativo de 1.423 vagas.
O saldo do Caged no Ceará acompanhou a tendência nacional. Pelo quinto mês consecutivo houve mais contratações que demissões no Brasil. Em agosto, com 121 mil postos de emprego abertos - saldo positivo decorrente 1.382.407 admissões e de 1.261.020 desligamentos -, o resultado foi o melhor desde 2013.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) publicou em sua conta oficial no Twitter os principais dados do Caged e comemorou: "Foi o melhor resultado para o período em 6 anos. O Brasil segue se recuperando".
O economista e membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Vicente Férrer, destaca que o resultado demonstra uma retomada no mercado de trabalho e espera que o segundo semestre seja positivo nos diversos setores tendo em vista a proximidade do fim de ano, em que a indústria produz para atender a demanda do comércio e o setor de serviços é aquecido do turismo com a chegada da alta estação.
Vicente considera o resultado parte de "um processo lento e gradual, mas constante" de retomada, que tem influência direta com o andamento das reformas estruturais, como a da Previdência e tributária. Também destaca a diminuição da taxa básica de juros e baixa inflação. "Observamos no horizonte uma expectativa positiva", completa.
AVALIAÇÃO
Pesquisa CNI/Ibope mostrou que a área econômica teve os maiores índices de insatisfação dos brasileiros com o governo Bolsonaro, entre junho e setembro. Segundo o levantamento, a desaprovação das políticas do governo é maior em relação aos impostos (62%), seguidos pela taxa de juros (61%) e combate ao desemprego (59%).
SALÁRIO
O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada teve alta real de 1,97% em agosto de 2019 ante igual mês de 2018 para R$ 1.619,45, segundo dados do Caged. Na comparação com julho, houve alta de 0,44%, informou o Ministério da Economia. O maior salário médio de admissão em agosto ocorreu na extrativa mineral, com R$ 2.616,94, puxado pelos salários da Petrobras. Já o menor salário médio de admissão foi registrado na agropecuária com R$ 1.306,25.