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Parceria internacional vai analisar ilhas de calor em Fortaleza
Economia

Parceria internacional vai analisar ilhas de calor em Fortaleza

Os sensores, que medirão temperatura e umidade, estão sendo instalados em 17 bairros da Capital
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Parceria entre o Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e o Instituto Meteorológico e Hidrológico da Suíça (SMHI) irá medir as ilhas de calor em aproximadamente 20 bairros de Fortaleza (ver mapa). O objetivo do estudo é a redução do estresse térmico e a adaptação às alterações climáticas. O tema foi discutido no Seminário Smart City - Inovações para uma Cidade Resiliente, parte da programação do Ceará Organic Food Festival. Segundo especialistas que participaram do painel, é essencial um planejamento urbano que contemple infraestrutura verde para a melhoria do bem-estar térmico nos centros urbanos.

Os sensores, que devem medir temperatura e umidade durante o mês de outubro, estão sendo espalhados em 17 bairros. O estudo deve se utilizar ainda de outros parâmetros climáticos como ventos e turbulência da atmosfera, a partir de informações meteorológicas.

A arquiteta e urbanista Maria Emília Leite, que estuda a introdução dos serviços ecossistêmicos no planejamento urbano, explica que a ilha de calor é um dos efeitos da falta de arborização. "As ilhas de calor são áreas da cidade em que o concreto e o asfalto predominam, têm pouca cobertura arbórea e a temperatura é muito mais alta. Durante o dia, esses materiais absorvem calor e, à noite, emitem", detalha.

Ela considera que, como as cidades estão carentes de áreas verdes. Como é "impossível impedir a urbanização", é preciso trazer a natureza para dentro da cidade por meio de soluções de urbanismo e arquitetura que envolvem paisagismo. "Trazer arborização e infraestrutura verde, que é substituir ou mesclar as soluções de infraestrutura tradicionais, de concreto, com as da natureza, como o plantio de árvores e áreas de escoamento e absorção da área da chuva que previnem enchentes", acrescenta.

Jorge Amorim, pesquisador do SMHI, ressalta que a medida que uma cidade vai se adensando e expandindo, ela altera o clima da região. As zonas verdes urbanas, segundo ele, interferem no clima e bem-estar das habitantes. "Por vezes, basta pequenas zonas verdes ao longo das ruas, não precisa um parque porque é difícil construir no centro de uma Cidade", detalha. Outras opções são paredes e telhados verdes. A escolha dos bairros foi feita para representar diferentes "microambientes" da Cidade, considerando fatores como vegetação, adensamento e aspectos socioeconômicos.

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