Este ano, a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) discute durante o Outubro Rosa a importância da personalização do tratamento das mulheres com câncer de mama. A campanha "#MeTrateDireito" estimula o empoderamento das pacientes.
Maíra Caleffi, presidente voluntária da Femama, reforça a importância do acesso à informação, sobretudo entre usuárias do SUS. "Precisamos fazer um reforço no sistema público para que a paciente não perca tanto tempo em sua jornada até o tratamento efetivo. Quando falamos de tratamento personalizado, é importante que não se deixe de falar do diagnóstico em tempo hábil", explica.
Laura Nogueira é voluntária na Associação de Motivação, Apoio e Renovação (Amar), uma das instituições filiadas à Femama no Ceará. Ela considera importante ajudar as mulheres no que for necessário em seus tratamentos contra o câncer de mama. "Ainda estamos muito devagar, voltados para médicos e grupos de ajuda".
A divulgação da campanha, segundo Laura, tem o objetivo de observar as particularidades do câncer de mama e, assim, adaptar os tratamentos à singularidade de cada pessoa. "O conhecimento que a campanha propõe é muito ligada ao futuro do tratamento do câncer. Quanto mais podermos divulgar e repassar informações sobre a doença, melhor ainda para essas mulheres".
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou 59.700 casos de câncer de mama entre 2018 e 2019 no Brasil, um aumento de 3% comparado aos índices de 2016 e 2017. Dos 59 mil casos, 11 mil são da região Nordeste. No Ceará, 2.200 casos foram registrados, com 1.410 em Fortaleza.
Maíra considera os índices altos pois, segundo a especialista, são números que correspondem a expectativas e não a casos contabilizados. O oncologista Luiz Porto explica que ainda não são realizadas pesquisas amplas sobre o câncer de mama no Brasil, e ressalta a importância do tratamento individualizado. "Você aumenta a chance de cura e, assim, pode programar tratamentos melhores para cada um dos tipos da doença."
O médico relata que uma das maiores dificuldades presentes no País é o diagnóstico tardio da doença e considera que as campanhas do Outubro Rosa funcionam como "grandes janelas que conscientizam sobre os cuidados que as mulheres devem ter".
De acordo com o Femama, o câncer de mama é resultado de mutações genéticas no organismo, que podem ser herdadas ou adquiridas ao longo da vida. A prática de hábitos saudáveis, como exercícios físicos e uma dieta equilibrada, podem prevenir a doença. O autoexame também funciona como importante prática para conhecer seu corpo e identificar alterações suspeitas de forma mais rápida.