Em entrevista exclusiva ao O POVO, a presidente nacional da Fiocruz, Nísia Trindade, que esteve em Fortaleza para participar da Feira do Conhecimento, que foi realizada no Centro de Eventos do Ceará, informou que a unidade da Fiocruz no Estado também vai começar a produzir em 2020, provavelmente, a partir do segundo semestre, os "mosquitos do bem", que ajudam diminuir o potencial do mosquito de transmitir os vírus da dengue, chikungunya e zika para as pessoas.

Trata-se da introdução da bactéria Wolbachia no Aedes aegypti. Quando este mosquito é solto e acasala com a fêmea, os descendentes herdam a bactéria. O Ceará vai começar a produzir este novo mosquito em grande escala para ser distribuído dentro do programa de combate ao mosquito do Ministério da Saúde.

Além disso, também está prevista a inclusão do Estado na soltura de mosquitos com a Wolbachia. Nísia diz que nos locais onde já foi testado, a exemplo de algumas cidades do Rio de Janeiro, foi verificada redução na ordem de 75% das doenças decorrentes da picada do mosquito.

"Está dependendo de alguns ajustes com o Ministério da Saúde, vigilância sanitária, questões logísticas e de capacitação. Não é preciso a fábrica para ter a soltura, mas é necessária toda uma preparação na cidade, com o envolvimento dos agentes comunitários e um acompanhamento da população", afirma.