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Porto do Mucuripe deve movimentar até 5 milhões de toneladas de cargas
Economia

Porto do Mucuripe deve movimentar até 5 milhões de toneladas de cargas

De janeiro a setembro, 3,24 milhões de toneladas circularam no porto. Durante todo o ano passado, volume atingiu 4,9 milhões
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O Ceará avançou em cinco dos dez pilares, em áreas como potencial de mercado e inovação (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA O Ceará avançou em cinco dos dez pilares, em áreas como potencial de mercado e inovação

A movimentação anual de cargas do Porto de Fortaleza, no Mucuripe, caminha para uma das maiores da história, com movimentação entre 4,5 e 5 milhões de toneladas. De janeiro a setembro, 3,24 milhões de toneladas circularam no equipamento, das quais 54% de granéis líquidos, 37% de granéis sólidos e 9% de carga geral. Ao todo, 558 embarcações atracaram no porto. No ano passado, o volume fechou em 4,9 milhões de toneladas.

Para a Companhia Docas do Ceará (CDC), administradora do empreendimento, vale destacar o desempenho das cargas exclusivas do porto. Entre os granéis sólidos, a importação de trigo via Mucuripe deve fechar este ano em 1,2 milhão de toneladas. A provisão abastece os moinhos M. Dias Branco, Grande Moinho Cearense e J. Macêdo, por meio de 56 navios contratados.

Já entre os granéis líquidos, que engloba combustíveis, lubrificantes, querosene de aviação e outros derivados de petróleo, nos nove primeiros meses de 2019, chegaram à tancagem 10,5 milhões de toneladas, 86% de toda a movimentação dessas cargas no Estado. Até o fim do ano, o número deve ser de 15% a 20% maior.

A diretora-presidente da CDC, Mayhara Chaves, comemora o resultado e projeta que, EM 2020, os números devem melhorar ainda mais com a consolidação da nova administração do porto, que iniciou o trabalho no fim do primeiro semestre.

O resultado com o trigo foi melhor do que comparado a igual período do ano passado, com 1,17 milhão. A importação de trigo vem se mantendo estável. Hoje, a operação de descarga é automatizada. Uma correia gira em alta velocidade e puxa o trigo do porão do navio e permite atingir até 10 mil toneladas/dia de movimentação. "O Porto de Fortaleza é hoje o segundo maior importador de trigo do Brasil, atrás somente do Porto de Santos. No Nordeste, representamos cerca de 35% da carga importada na Região", destaca.

Mayhara afirma ainda que a administração vem trabalhando em parcerias para o porto e lembra do projeto de concessão do Terminal de Passageiros. Segundo ela, até o fim do ano, o edital estará, sendo o leilão realizado até o início do segundo trimestre. Empresas já aparecem com interesse em informações.

Somente neste ano, 9.486 pessoas chegaram ao Ceará pelo Terminal de Passageiros em cinco navios de cruzeiros no período de alta estação, entre fevereiro e abril. A nova temporada (2019/20) já inicia em 6 de dezembro, com a chegada do cruzeiro MS Hamburg.

O economista Henrique Marinho destaca que a importância do Porto do Mucuripe não diminuiu com o passar dos anos. Ele observa que o equipamento não é concorrente do Porto do Pecém e que atuações de ambos os empreendimentos podem ser complementares.

Marinho também ressalta que para muitas empresas, como as importadoras de trigo, mas também da fruticultura, o Mucuripe ainda é a porta de escoamento mais interessante devido à questão logística. E que, mesmo num cenário de crise, a operação ainda se mantém estável.

"É claro que o Mucuripe se tornou um porto com capacidade limitada por causa da demanda, mas, para isso, foi criada a estrutura do Pecém. O Porto de Fortaleza continua forte, atendendo à demanda de exportação de castanha de caju e pescados", analisa.

Sobre a questão da tancagem, ponto de crítica de vários setores, Mayhara Chaves afirma que o Mucuripe opera quase no seu limite, porém, observa que a segurança é garantida e que a demanda da Grande Fortaleza vem sendo atendida. Na sua observação, a instalação do parque de tancagem no Pecém deve beneficiar o Estado.

O diretor Comercial da Companhia Docas, Mário Jorge Cavalcanti, afirma que, devido à deficiência de tancagem, "torna-se urgente sua adequação por parte das distribuidoras, tendo em vista que aproximadamente 40% do combustível consumido no Ceará é pelo modal rodoviário".

"Isso pesa no bolso do consumidor, uma vez que encarece o preço final na bomba de combustível, sem falar que o Governo do Estado do Ceará também perde por não arrecadar ICMS, a Prefeitura Municipal de Fortaleza o ISS e a própria Companhia Docas do Ceará as tarifas".

OPERAÇÃO

A Companhia Docas do Ceará está arrendando áreas não operacionais, lançando a licitação de terminais pesqueiros em Fortaleza e em Camocim (a 355 km da Capital), além do leilão do Terminal de Passageiros. Também procuram parcerias com empresas de granéis sólidos não-cereais, como as que trabalham com manganês, trazendo mais cargas deste tipo, acréscimo de 10,5% nestes tipos de carga.

A presidente do Porto do Mucuripe diz que há expertise na operação com granéis sólidos pela característica onshore, o que oferece mais rapidez no embarque das cargas.

Navios de contêiner chegam, inclusive, no berço do Terminal de Passageiros, para operação com frutas.

Desde o início da atual gestão é imposto um choque de novas práticas geracionais. Até setembro, diz Mayhara Chaves, havia contas atrasadas no porto. Melhores resultados são esperados em 2020.

 

TRANSPORTE DE CARGAS

Exportação

Principais produtos

Produtos semimanufaturados de ferro ou aço; calçados; castanha de caju; couros e peles; motores geradores e transformadores elétricos e suas partes; outros sucos de frutas; ceras vegetais; tecidos de algodão; peixes congelados, frescos ou refrigerados; obras de mármore e granito; ferro-ligas; minérios de manganês e seus concentrados; bananas frescas ou secas, manga, uva, abacaxi, acerola, lima, maçã, melancia, melão, mamões frescos (papaya) e laranja; sucos e extratos vegetais; consumo de bordo; tecidos de fibras têxteis, sintéticas ou artificiais

Principais destinos

1 Estados Unidos

2 México

3 Argentina

4 Reino Unido

5 Canadá

6 Países Baixos (Holanda)

7 Espanha

8 Itália

9 China

Importação

Principais produtos

Trigo em grãos; óleos combustíveis; gasolina; motores, geradores e transformadores elétricos e suas partes; óleo de dendê, em bruto; fios de fibras têxteis, sintéticas ou artificiais; máquinas e aparelhos de elevação de carga, descarga, etc.; produtos semimanufaturados de ferro ou aço.

Principais origens

1 China

2 Estados Unidos

3 Colômbia

4 Argentina

5 Índia

6 Canadá

 

IMPORTAÇÃO DE TRIGO NO CEARÁ

2º maior polo trigueiro do Brasil

20 milhões de toneladas movimentadas entre 1997 e 2018

Capacidade de descarregamento de 600 toneladas/hora.

40

2016

1,13 milhão de toneladas

2017

1,23 milhão de toneladas

2018

1,17 milhão de toneladas.

 

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