O balanço financeiro parcial divulgado pela Enel Distribuição Ceará, concessionária de energia elétrica do Estado, mostra que a companhia teve receita bruta de 5,66 bilhões entre janeiro e setembro deste ano. Na comparação com igual período do ano passado, o aumento foi de 4%. A companhia investiu R$ 521,6 milhões na rede, queda de 20% comparado a 2018.
Segundo balanço financeiro da empresa, o aumento da receita bruta se deve à revisão tarifária aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de 8,22% em abril. Também do maior volume de energia distribuída a clientes do mercado livre (8,6%) e, em menor fatia, no mercado documento da companhia energética um menor lucro líquido. Enquanto nos primeiros noves meses de 2018 o saldo positivo foi de R$ 235,7 milhões, neste ano queda de 15,4%: R$ 199,3 milhões.
Ao mesmo tempo em que o lucro foi menor, a dívida líquida aumentou 32%, saltando de 1,56 bilhão em 2018, para R$ 2,06 bilhões. Segundo o gerente regional da Enel no Brasil, Nicola Cotugno, isso esta ligado à preocupação da companhia em investir na rede.
"Estamos trabalhando para retomar trajetória da melhoria da qualidade do serviço prestado aos clientes e fortalecer a geração de resultados econômicos. Continuamos investindo para modernizar a rede de distribuição e os canais de atendimento para melhor atender aos nossos clientes no Estado", diz.
O diretor vogal do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças para Energia (Ibef/Energias Renováveis), Ricardo Couto, analisa que os resultados da Enel estão dentro de um padrão histórico da companhia, que realizou investimentos para modernizar a rede elétrica.
O resultado do investimento foi a redução de 0,47 ponto percentual das perdas de energia. A perda técnica, que é inerente à distribuição e considerada natural, é diminuída com os investimentos em transformadores, cabos e subestações, exemplifica Couto.
A Enel também destaca o Programa de Combate aos Furtos de Energia, que combate a perdas comerciais. Para Ricardo Couto, esse trabalho é importante, mas lembra de ações como mutirões para renegociações de dívidas. "Também já vimos em manchetes comércios e condomínios de luxo sendo pegos com 'gatos'. Mas hoje a criminalização dessa prática já inibe as pessoas".
O dado, porém, não é positivo quando observados os resultados operacionais relativos às interrupções de Conforme a Enel, os aumentos foram causados pela onda de violência registrada no Ceará no começo do ano, além da quadra invernosa, "que afetaram os serviços". (Samuel Pimentel)