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Dólar fecha abaixo dos R$ 4 pela primeira vez desde 15 de agosto
Economia

Dólar fecha abaixo dos R$ 4 pela primeira vez desde 15 de agosto

| Mercado | O comportamento da moeda foi impactado pela expectativa com o ingresso de dezenas de milhões de dólares com o leilão da cessão onerosa do pré-sal
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Pela primeira vez desde 15 de agosto, o dólar à vista encerrou abaixo dos R$ 4 e também no menor nível desde então. No fechamento, a moeda marcou R$ 3,9925 (-0,38%). Na mínima do dia, foi a R$ 3,9734 (-0,86%). A queda é alinhada ao desempenho da moeda norte-americana ante as pares de economias emergentes e também do Dollar Index (DXY), índice composto por seis moedas de países desenvolvidos.

As perspectivas mais positivas sobre o confronto entre os gigantes do comércio global - China e Estados Unidos -, somadas a uma trégua no conflito sobre o Brexit, apoiaram o aumento do apetite a risco global. Um indicativo desse movimento é a nova queda do Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil, um termômetro do risco-País, que era negociado ontem a 119 pontos. Na sexta-feira, o CDS fechou a 121 pontos. As cotações são da IHS Markit.

Também apoia o movimento a expectativa com o ingresso de dezenas de milhões de dólares com o leilão da cessão onerosa do pré-sal, programado para novembro. Em Riad, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que a Arábia Saudita deve participar do leilão, em novembro. Assim como fez na China, ele vai reforçar o convite aos sauditas na visita iniciada nesta segunda. "Todo o mundo está interessado no leilão do pré-sal", declarou o presidente.

"As tensões lá fora arrefeceram. O entendimento entre Estados Unidos e China dá uma dose de alívio para o mercado, assim como o andamento do Brexit", afirmou o operador da H.Commcor Cleber Alessie Machado Neto. Para o profissional, a aprovação da reforma da Previdência na semana passada também gera um alívio no mercado doméstico, que aguarda a decisão sobre a PEC paralela.

Sobre a Argentina, Machado Neto afirmou que ainda "é cedo para fazer uma leitura sobre o resultado da eleição" deste domingo. "O governo brasileiro afirmou que vai esperar para ver qual caminho o novo governo vai adotar. Ontem, os mercados não penalizaram os ativos argentinos, como aconteceu após a primária. Não vejo por enquanto novo motivo para mau humor", disse o operador da H.Commcor. Na avaliação do diretor da consultoria Portfolio Personal Inversiones (PPI), Lucas Gardiner, a transição de poder até 10 de dezembro na Argentina tem "probabilidade alta" de não ser caótica.

Já o Índice Bovespa iniciou a semana com novos recorde, garantido pela combinação entre o apetite por risco no Exterior e a percepção de um cenário interno mais benigno.

Em alta desde a abertura, o principal índice da B3 terminou o dia aos inéditos 108.187,06 pontos, com ganho de 0,77%. Os negócios somaram R$ 14,9 bilhões.

Os ganhos foram puxados principalmente pelas blue chips (ações de empresas de grande porte) do setor financeiro e da Petrobras, que acumulam valorização bem superior à do Ibovespa em outubro. Enquanto o índice registra alta de 3,29% no período, a ação preferencial da petroleira estatal contabiliza 7,44%. "O mercado doméstico segue otimista com o ambiente interno", disse Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos. (Agência Estado)

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