A Petrobras vai ter que usar todo o crédito recebido da União pela revisão do contrato de cessão onerosa, de R$ 34 bilhões, e ainda acrescentar mais que o dobro do próprio caixa para pagar o bônus de assinatura de R$ 69,9 bilhões do leilão.
A empresa tem até o dia 27 de dezembro deste ano para desembolsar a quantia. Como não ofereceu ágio sobre os valores previstos em edital, não poderá parcelar o pagamento do bônus de assinatura.
Na semana passada, a estatal e a União assinaram um aditivo ao contrato de cessão onerosa firmado em 2010, que dava à empresa o direito de produzir até 5 bilhões de barris de óleo equivalente em áreas do pré-sal da Bacia de Santos.
A Petrobras passou a contar então com o crédito de R$ 34 bilhões, correspondente à diferença entre o valor pago há nove anos por 5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) e o quanto esse reservatório custa atualmente, após corrigidos o preço da commodity e o câmbio.
Sobre a não participação no certame, o presidente da Shell Brasil, André Araujo, disse que não fazer ofertas na rodada de licitações do excedente da cessão onerosa foi uma decisão de negócio tomada com base na estratégia de disciplina de capital do grupo. O executivo afirmou que os blocos ofertados "não passaram no corte" da Shell por se tratar de "ofertas caras". "O grupo Shell vem adotando em 2019 uma postura de disciplina de investimento muito grande e essa nossa decisão foi tomada depois de um processo bem desafiante interno de (análise)", disse. (Com agências)