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Alta dos combustíveis chega a 6,3% no Ceará e previsão é subir mais
Economia

Alta dos combustíveis chega a 6,3% no Ceará e previsão é subir mais

Gasolina representou aumento de 3,98%, diesel de 5,4% e etanol teve a maior variação. A comparação foi realizada entre preços médios de janeiro a novembro
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VALOR dos combustíveis em posto bandeira Shell na Visconde do Rio Branco com Pontes Vieira (Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO)
Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO VALOR dos combustíveis em posto bandeira Shell na Visconde do Rio Branco com Pontes Vieira

O aumento no preço médio dos combustíveis neste ano chegou a 6,3% no Ceará. A gasolina subiu 3,98%, entre janeiro e novembro de 2019, enquanto o diesel subiu 5,4%. Já o etanol, com 6,3%, teve a maior variação, segundo levantamento feito pelo O POVO com base nos dados disponibilizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). E a tendência é de que suba ainda mais nessa reta final de ano.

Isso porque, apesar de o valor do petróleo cru no mercado internacional estar estável, a escalada da taxa de câmbio tem feito os preços subirem.

"É esperado que em dezembro o preço dos combustíveis suba mais um pouco por conta dessa variação cambial, que hoje se encontra no patamar de R$ 4,24. A partir de janeiro, vai depender de como vai se manter a desvalorização do real ante ao dólar", explica o consultor nas áreas de Petróleo e Gás, Bruno Iughetti.

Na semana de 24 a 30 de novembro, o valor médio da gasolina no Ceará foi de R$ 4,42. Dois centavos a menos do que a média do mês.

Em janeiro, porém, custava, em média, R$ 4,27. Foi o menor patamar observado no ano. Depois disso, os preços foram oscilando, alcançando a maior alta em maio (R$ 4,74).

Para Iughetti, esse comportamento se deve muito mais a um ajuste do mercado em si, do que necessariamente a um fator isolado. "Não houve alteração na carga tributária para justificar variação ou na política de composição de preços da Petrobras. É mais uma acomodação do mercado, habituado às altas no preço das refinarias reajustando na bomba em seguida. Isso leva a uma queda de consumo, aí o preço cai mais um pouco, depois volta a subir, o que faz com que tivéssemos uma variação na gasolina nesse patamar entre 3% e 4%".

Já em relação ao etanol que chegou a 6,3% no Ceará, ante o preço médio de janeiro e o de novembro, ele reforça que além do açúcar ser uma commodity que assumiu um valor competitivo no mercado internacional, é preciso considerar que o mês de novembro é de entressafra na Região Sudeste. "O que também influencia consideravelmente o preço do álcool ao consumidor final", diz.

No comparativo entre os valores médios praticados no Estado em novembro de 2019, com relação a igual mês de 2018, a variação nos preços dos combustíveis foi de -4,51% na gasolina, 1,03% no diesel e de 3,36% no etanol.

Para o vice-presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef-CE), Luís Eduardo Barros, é preciso levar em conta que essas oscilações ainda são menores que as observadas na cotação do dólar no período (10,12%).

E também diferente de anos anteriores. Sejam os preços de 2018, quando as flutuações eram muito mais drásticas porque a Petrobras repassava automaticamente o aumento do valor do petróleo no mercado internacional, ou o represamento artificial dos preços aplicados na gestão Dilma Rousseff (PT) e que resultaram em um aumento elevado depois.

Ainda assim, ele entende que deveria ter um equilíbrio maior, assim como observado em outros setores. "O trigo é importado em dólar e nem por isso o preço do pão sobe o tempo todo".

O professor de Economia Ecológica da Universidade Federal do Ceará (UFC), Aécio Oliveira, frisa que, ainda que não sejam em patamares como o de anos anteriores, é preciso considerar o efeito da alta sobre a renda das famílias. A variação da inflação acumulada no ano em 2019 é de 2,67%, segundo o IBGE. "Houve um aumento real em relação à inflação".

Ele acrescenta que isso se reverte de maneira direta no peso que este consumo tem no orçamento das famílias, mas também de forma indireta, já que o modal rodoviário é a principal forma de transporte de mercadorias do País, o que chega ao valor dos produtos.

Petrobras

Na última quarta-feira, 27, a Petrobras anunciou aumento no preço da gasolina nas refinarias em 4%, na segunda alta em pouco mais de uma semana. Já o diesel foi mantido estável.

 

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