O início da quadra chuvosa, aliado ao período de safra de diversas frutas, verduras e legumes fez o preço de alimentos vendidos na Central de Abastecimento do Estado do Ceará (Ceasa-CE), em Maracanaú, cair até 46%. É o caso do mamão formosa, cujo valor do quilo saiu de R$ 1,30, no mês passado, para os atuais R$ 0,70.
O mamão não é o único produto em plena safra que está com preços reduzidos neste mês. O analista de mercado da Ceasa-CE e economista, Odálio Girão, ressalta que as produções de melão e melancia em cidades como Aracati, Acaraú, Limoeiro do Norte e Icapuí, estão com bons resultados, enquanto a região litorânea do Estado tem recebido bons aportes de chuva neste início de inverno.
Odálio acrescenta que esse é o período ideal para a colheita, já que são culturas não adaptáveis ao solo encharcado. O melão japonês, por exemplo, está sendo comercializado por R$ 1,50, mas chegou a custar até R$ 2,50. Já a melancia, que valia R$ 1,30, hoje é encontrada por R$ 1 o quilo.
 Outro produto bem adaptado a esse período do ano é o chuchu. A grande produção permitiu uma queda nos preços, de R$ 1,50 para R$ 1 o quilo, variação de mais de 33% em um mês.
Seguindo o caminho contrário, o período não é o mais adequado para comprar tomate, repolho e as folhosas, que não são culturas muito adaptáveis à alta intensidade de chuvas. No geral, de acordo com Odálio, a perspectiva é positiva.
"Estamos sentindo que o mercado está bem abastecido. Podemos esperar uma boa safra com essas as chuvas que começaram a ser observadas no Ceará. Um quadro chuvoso superior no Estado indica um ano melhor do que foi 2019",observa.
Se no atacado os valores destacados estão em baixa, o Departamento Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon Fortaleza) divulgou ontem pesquisa em que alerta para a variação de preços entre os estabelecimentos do varejo. Principal produto na lista de maiores diferenças foi o abacaxi, 276,7%. No local de menor preço custava R$ 1,59, enquanto no de maior valor, R$ 5,99.
A diretora do Procon Fortaleza, Cláudia Santos, recomenda que o consumidor apele para boa e velha pesquisa de preços entre os estabelecimentos, a fim de evitar pagar mais caro.
"Quando o consumidor opta por comprar em supermercados mais baratos, ele acaba forçando os estabelecimentos concorrentes a baixar os preços, sob pena de eles verem seus produtos encalhados nas prateleiras dos supermercados", reforça.
O economista Gilberto Barbosa afirma que o consumidor pode avaliar entre as opções de compra no varejo ou direto no atacado. Ele observa que, quando o consumidor tem algum negócio ou consome certos produtos em maior proporção e consegue descontos mais representativos no atacado, o deslocamento até a Ceasa compensa mais. Sobre a perspectiva para os preços, diz que é preciso aguardar o inverno.
"Como é previsto um inverno acima da média, a expectativa é positiva. Como um todo, a inflação deste ano deve ser leve, com aumentos pontuais, mas não deve afetar a decisão de consumo".
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COMPRAS TRANQUILAS
VERIFIQUE as datas de promoções e dias de ofertas;
ANALISE os encartes distribuídos como sendo de produtos promocionais e exija os mesmos preços praticados nos caixas. Se houver divergência, o consumidor tem o direito de pagar sempre o menor valor;
AVALIE e faça as contas com as despesas mensais, como mensalidades escolares, impostos parcelados e outros;
FAÇA uma lista dos produtos que realmente precisa comprar;
EVITE realizar as compras com fome ou acompanhado de crianças;
PESQUISE preços e verifique a melhor forma de pagamento e descontos nos pagamento à vista, em dinheiro e no cartão de crédito;
NEM SEMPRE o produto com tarja vermelha é o mais barato. Procure a categoria do item exposto como promocional e escolha um produto que seja mais em conta. Certamente, você sairá economizando;
NA ENTRADA de lojas e supermercados, por exemplo, normalmente são colocados produtos que induzam o consumidor à compra. Portanto, evite-os;
ALIMENTOS congelados devem ser colocados por último no carrinho para que sua qualidade não seja comprometida.
Fonte: Procon Fortaleza
PESQUISA
No levantamento do Procon, o mamão variou 232,3% entre os supermercados pesquisados; a cebola 187%; a laranja 186%; e a cenoura 185,9%. No varejo, o mamão pode tem valor mínimo de R$ 0,99. Na Ceasa, o preço é de
R$ 0,70.