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ANP fala em risco de desabastecimento de combustíveis no País, mas Petrobras nega
Economia

ANP fala em risco de desabastecimento de combustíveis no País, mas Petrobras nega

Em carta enviada ao TST, diretor da Agência trata de preocupação com falta de combustível no País
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A queda de 1,22% nos Transportes, na RMF, foi influenciada principalmente pela variação da gasolina (Foto: AURELIO ALVES)
Foto: AURELIO ALVES A queda de 1,22% nos Transportes, na RMF, foi influenciada principalmente pela variação da gasolina

No 13º dia de greve dos petroleiros, completados ontem, o risco de desabastecimento começou virar possibilidade. Isso porque, Décio Oddone, diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) enviou carta ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) alertando para o problema. Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP) "a intransigência da Gestão da Petrobras pode causar desabastecimento", mas a estatal nega o risco.

No documento da ANP, datado do dia 11, publicado pela Reuters, Oddone afirmou que embora a Petrobras tenha alocado equipes para atuar nas unidades operacionais, assegurando a operação e a segurança, "a situação foge da normalidade".

"Infelizmente, tal solução não se sustentará ao longo do tempo, podendo causar impactos diretos na produção de derivados em função da redução da carga ou até mesmo pela parada total das refinarias", frisa o diretor, no documento.

Conforme Oddone, a carta ao TST se deve às funções da ANP, pois preveem a garantia de suprimento de derivados de petróleo, gás e biocombustíveis.

Além disso, ele ainda alerta, no documento, que o prolongamento da greve dos petroleiros poderá afetar não apenas a produção e o abastecimento, mas também a arrecadação de impostos em todas as esferas da federação.

"Não há informações de negociação e indicativos do fim da greve, de modo que caso não haja uma composição breve, toda a cadeia poderá ser afetada", alertou o documento.

A FUP, representante de 13 sindicatos dos petroleiros, o que inclui o do Ceará-Piauí, afirma que a paralisação, que hoje completa 14 dias, acontece porque os funcionários da petrobras são contra demissões em uma fábrica de fertilizantes no Paraná, que foi desativada pela Petrobras. Cerca de 396 empregados foram demitidos da unidade.

Além disso, a FUP alega que há descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), mas a Petrobras nega. Como condição para terminar a greve, a Federação enviou petição ao TST, ontem, dizendo que a suspensão depende da Petrobras cessar com as dispensa coletiva da fábrica de fertilizantes.

À Reuters, Sérgio Araújo, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), afirmou que ainda não viu impacto no abastecimento e nem nos preços dos produtos. A Petrobras já afirma que nenhum barril parou de ser produzido e vê o movimento grevista como "descabido".

Conforme números da FUP, a greve atingiu 113 unidades da empresa, em 13 estados do País, com mais de 20 mil petroleiros paralisados. (Com agências)

 

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