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Com abertura para a China, área plantada de melão saltará 50% no Ceará
Economia

Com abertura para a China, área plantada de melão saltará 50% no Ceará

A maior oferta de água no Estado tem propiciado melhores condições para a produção agrícola
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A produção de melão no Brasil é mais predominante no Ceará e no Rio Grande do Norte, que dominam mais de 90% do mercado nacional. (Foto: Edimar Soares, em 16/05/2012) (Foto: EDIMAR SOARES)
Foto: EDIMAR SOARES A produção de melão no Brasil é mais predominante no Ceará e no Rio Grande do Norte, que dominam mais de 90% do mercado nacional. (Foto: Edimar Soares, em 16/05/2012)

Com maior oferta de água, o segmento de produção de frutas secas tem oportunidade de expansão. Outro fator para o crescimento é a recente liberação das autoridades chinesas para a compra do melão produzido no Estado. Com isso, há necessidade de os produtores renovarem investimentos nas áreas cultivadas.

Isso porque a abertura para o mercado chinês possibilita o alcance a 1,4 bilhão de consumidores, o que equivale a mais de seis vezes a população do País. Para Luiz Barcelos, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) e proprietário da Agrícola Famosa, atender ao mercado da China é um desafio, sendo necessário ampliar a área plantada em 50%.

"O Brasil todo planta 20 mil hectares por ano de melão, dos quais 10 mil para consumo interno e 10 mil pra exportação. A China, só pra consumo próprio, no período de verão planta 430 mil hectares, quarenta vezes mais que a gente. Então a perspectiva é que se a gente conquistar um mercado de 10% do que eles plantam, já falamos em 40 mil hectares, que já são duas vezes mais do que a gente planta hoje", afirma.

Segundo o secretário-executivo do agronegócio da Secretaria do desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará (Sedet), Sílvio Carlos Ribeiro, já em 2021 o Ceará pode expandir em mais de 50% a área plantada de melão e abrir oportunidades para novas frutas.

Ele participou, neste mês, de umas das maiores feiras voltadas ao setor de frutas no mundo, na Alemanha, e afirma que "há interesse do mercado chinês também para outros tipos de frutas - banana, abacate, uva de mesa e coco. E isso gera otimismo para o setor".

Atualmente, o Ceará já começou a exportar frutas para países do Oriente Médio e há possibilidades no Vietnã. "Além disso, ainda em fevereiro estamos esperando uma delegação dos Estados Unidos para avaliar questões de sanidade das nossas frutas abrindo possibilidade de acesso àquele importante mercado", complementa.

Conforme o secretário, o Estado tem hoje 60 mil hectares de áreas irrigadas, "mas havendo garantia de água, existem condições de mercado para mais que dobrar a atual área plantada em questão de poucos anos", acrescenta.

E além de conquistar novos mercados, como o da China e outros países, Barcelos diz que importa aumentar o consumo de frutas no Brasil. Na avaliação do presidente da Abrafrutas, que congrega 78 empresas exportadoras, é possível alcançar crescimento de 50% na produção de frutas no Brasil nos próximos dez anos.

Já o secretário estadual Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Maia Júnior, enfatiza iniciativas que vão trazer mais segurança hídrica para potenciais investidores no agronegócio cearense, como a chegada das águas do Rio São Francisco ao Açude Castanhão.

"Além das águas do São Francisco, há um projeto de uma usina dessalinizadora de água do mar na capital cearense e também pesquisas recentes que apontam para grandes reservas de águas subterrâneas no Ceará", informa.

 

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