Iniciou ontem o período para declaração do Imposto de Renda 2020. Referente aos rendimentos do ano de 2019, a obrigatoriedade do processo de entrega continua a mesma do ano passado, já que não houve alteração na tabela progressiva. Para os mais pontuais, o benefício neste ano é ainda melhor, pois a restituição será antecipada e dividida em apenas cinco lotes, sendo o primeiro em maio - não mais em junho. O último lote, que antes era liberado em dezembro, será pago em setembro.
Mais de 32 milhões de brasileiros e 650 mil cearenses precisam realizar declaração até o fim do prazo, em 30 de abril. Os números esperados de declarações são estimativas da Receita Federal do Brasil (RFB). No ano passado, por exemplo, havia expectativa de 635 mil entregas, mas ao fim do período, 651 mil foram concluídas. Isso aconteceu porque um contribuinte de grande porte retificou sua declaração, obrigando os funcionários a ele vinculados a retificar também, resultando nesse elevado número, superior à estimativa, explicou a RFB em nota.
A dica é realizar a declaração o quanto antes, de forma segura e sem erros. Um dos itens que é encarado como novidade para o público, o programa gerador do IR está mais detalhado do que nos anos anteriores. A professora do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Internacional Uninter, Paolla Hauser, explica que os declarantes vão observar, já na tela inicial, que declarações novas estão separadas das já iniciadas e já transmitidas.
Outra novidade é que dentro do programa, a ficha de bens e direitos, que há dois anos vem recebendo detalhamento maior de informações, inclui agora a obrigatoriedade de informar se o bem ou direito é do titular ou dependente daquela declaração.
A cada ano, a Receita implementa regras que fazem com que as informações fiquem mais precisas. "As mudanças em geral são para tornar o programa mais intuitivo e evitar erros. A intenção é que isso poupe esforços dos auditores com equívocos, para que haja mais foco na sonegação fiscal", diz o presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco).
Em dezembro, quando foi concluído o processamento das Declarações do IRPF 2019 no Brasil e saiu o último lote de restituição do ano passado, a Receita Federal informou que 700.221 declarações estavam retidas na malha, devido a inconsistências nas informações prestadas. Essa quantidade corresponde a 2,13% do total de 32.931.145 das entregas. Deste total de retidas, 74,9% apresentaram imposto a restituir; 22,4% tinham imposto a pagar e 2,7%, saldo zero.