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Como os bancos ajudam a minimizar os efeitos negativos na economia
Economia

Como os bancos ajudam a minimizar os efeitos negativos na economia

Oito instituições financeiras já anunciaram medidas para aliviar dívidas para famílias e micros e pequenas empresas, incluindo novos créditos
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A crise econômica que desponta devido ao avanço do novo coronavírus (Covid-19) deverá ser ainda mais dura para comércio, indústrias não essenciais, informais e autônomos. Diante deste cenário, instituições financeiras adiaram vencimento das dívidas para famílias e micros e pequenas empresas, além de ampliarem o acesso ao crédito. As ações podem minimizar os danos da pandemia na economia brasileira.

O Banco do Nordeste do Brasil (BNB), por exemplo, anunciou um pacote de iniciativas que prevê R$ 9,5 bilhões em linhas, sendo R$ 8 bilhões em operações de microcrédito, beneficiando em torno de 1,6 milhão de microempreendedores urbanos até setembro de 2020, e R$ 1,5 bilhão para micros e pequenas empresas, alcançando 22 mil MPEs.

Além do adiamento de empréstimos e financiamentos por até seis meses. Para o empréstimo pessoal, o prazo será de 60 dias. O presidente do BNB, Romildo Rolim, explica que o foco agora é assistir aos clientes e assegurar postos de trabalho. "Estamos muito preocupados com o setor produtivo e fazendo o possível para que os empreendedores atravessem com menor prejuízo possível", afirma.

"Precisamos reconhecer que haverá impactos, mas esse pacote de capital de giro ajudará a manter os empregos e despesas de salários mesmo com a produção mais baixa", complementa. Romildo acrescenta que dialoga com o Governo Federal para incorporar mais pontos ao pacote e que há ainda uma discussão sobre redução de juros a ser definida.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) também anunciou ações de estímulo e os associados ao Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco e Santander prorrogaram os vencimentos das dívidas por 60 dias. Já o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) irá injetar R$ 55 bilhões.

Serão quatro medidas com duração de seis meses: R$ 20 bilhões virão da transferência de recursos do Fundo PIS-Pasep para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a ser gerido pelo Ministério da Economia; R$ 19 bilhões da suspensão temporária de pagamentos de parcelas, tanto o principal quanto os juros, chamada de standstill; R$ 11 bilhões em standstill de financiamentos indiretos para empresas e R$ 5 bilhões com a ampliação do crédito para micros, pequenas e médias por meio dos parceiros.

O Banco Central (BC) também reduziu depósitos compulsórios e anunciou linha de empréstimos a instituições financeiras. Na avaliação do economista Sérgio Melo, as medidas são necessárias e ajudam a abrandar a crise.

"As instituições privadas deveriam fazer esforço adicional de entrar com recursos próprios, pois têm ganhos estratosféricos e devem participar efetivamente concedendo financiamentos a taxas excepcionalmente baixas, principalmente, para grupos de correntistas que vêm ao longo dos anos cumprindo com as dívidas. Elas devem cumprir seu papel na sociedade", analisa. Sérgio adiciona que a Medida Provisória 927 também viabiliza um leque de possibilidades e alívio.

Dentre elas, estão a o teletrabalho, a antecipação de férias, a concessão de férias coletivas, o aproveitamento e antecipação de feriados, o banco de horas, a suspensão de exigências administrativas em segurança e saúde no trabalho, o direcionamento do trabalhador para qualificação e o adiamento do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

O economista Gilberto Barbosa destaca que a crise pode colocar em risco a solvência de muitos negócios, sobretudo, das empresas que não têm receita o suficiente. "São medidas necessárias neste momento em que há falta de fluxo de caixa", frisa. Para pessoas físicas, ele recomenda cautela e avaliar as finanças pessoais.

"Infelizmente, há um risco grande de perda de empregos. É preciso ficar atendo às mudanças de regras, que estão ocorrendo o tempo todo, como mudanças para pagamento de contas de água e luz, ajudando a equalizar o orçamento", pontua. No orçamento familiar, a prioridade deve ser com gastos essenciais e depois a renegociação de dívidas. Quando o consumidor observar que precisará atrasar algum compromisso, o ideal é que já busque um acordo para facilitar o pagamento.

Mais para a vertente da inovação, a fintech Nubank criou fundo de R$ 20 milhões para os clientes. O recurso custeará atendimentos na área da saúde, pedidos de supermercados e farmácias, e outros serviços de parceiros da empresa.

 

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