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Inadimplência do consumidor de Fortaleza chega a 14,6% em maio
Economia

Inadimplência do consumidor de Fortaleza chega a 14,6% em maio

Proporção de fortalezenses inadimplentes saltou 8,5% em março. Comprometimento da renda com dívidas aumentou em maio
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COM O DESAQUECIMENTO da economia, a inadimplência também vem aumentando (Foto: Fabio Lima)
Foto: Fabio Lima COM O DESAQUECIMENTO da economia, a inadimplência também vem aumentando

Análise da Cláudia Brilhante, da Fecomércio, sobre a Pesquisa Mensal de Endividamento:

A quantidade de consumidores que acabou ficando inadimplente desde o início da crise da Covid-19 saltou e chegou aos 14,6%, em maio. Segundo a pesquisa "Perfil de Endividamento do Consumidor", da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio), em março, 8,5% dos entrevistados afirmaram estar com dívidas em atraso e sem condições de pagar.

O levantamento ainda dá conta que a quantidade de pessoas endividadas, independentemente da adimplência ou não, subiu em maio para 74,7%, enquanto em igual mês do ano passado era de 54,7%. Um levantamento similar da Confederação Nacional do Comércio (CNC) revela que, no País, o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes aumentou, passando de 9,9% do total em abril para 10,6% em maio.

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O resultado nacional foi o de maior proporção de famílias que permanecem na inadimplência para um mês de maio desde o início da realização da pesquisa, em 2010, e a mais elevada desde abril de 2018. O total de famílias brasileiras que se declararam muito endividadas também aumentou neste mês, chegando a 16% e atingindo o maior percentual desde setembro de 2011, quando o indicador alcançou 16,3%.

Em relação aos tipos de dívidas, no Brasil, o cartão de crédito continua sendo o mais apontado pelos brasileiros como a principal modalidade de endividamento: 76,7%.

Já no Ceará, o comprometimento da renda familiar dos consumidores também cresceu, de acordo com os dados. Em maio, chegou a 40,2%, enquanto no mês anterior era de 36,2%. As compras no cartão de crédito foram as que mais pesaram. Os itens de alimentação e cuidados médicos foram os que mais demandaram os consumidores.

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De acordo com a vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Silvana Parente, as pessoas estão recorrendo a endividamento para continuar com padrões de consumo mesmo na crise. Ela ainda observa que a demora da ajuda financeira pode ter contribuído com a alta taxa de maio, que acumula o impacto de abril.

"O pior quadro é que grande parte do percentual de aumento vem das famílias com menos de cinco salários mínimos, com gastos em alimentação e saúde, que não são bens supérfluos", afirma.

Silvana analisa que a quantidade de pessoas endividadas é muito séria neste momento de pandemia. "Interpreto que esse crescimento não é bom, mesmo não tendo acesso ao volume de crédito. Para mim, o aumento reflete esse momento de recessão, as pessoas estão buscando crédito como alternativa e a inadimplência crescente mostra que elas não estão conseguindo pagar".

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Na prática, endividados são aqueles que possuem contas a serem pagas, que podem ou não ser quitadas naquele mês. Já contas em atraso são aquelas que já passaram do dia do pagamento, mas o consumidor tem, geralmente, como pagar em até 10 dias. Nessa faixa, o perfil é maior entre o sexo feminino, na faixa etária de 25 a 34 anos, com grau de escolaridade fundamental, e com renda menor que cinco salários mínimos.

inadimplentes são aqueles que vêm acumulando dívidas e perdem crédito. De acordo com o perfil montado na pesquisa, quem mais tem tendência a ser inadimplente são homens, com mais de 35 anos, com renda de cinco a dez salários mínimos. Isso porque são a parcela que mais compra eletroeletrônicos e eletrodomésticos. (Colaborou Júlia Duarte/Especial para O POVO)

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