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Bolsa cai 1,03%, a 82.173,21 pontos; dólar estável a R$ 5,57
Economia

Bolsa cai 1,03%, a 82.173,21 pontos; dólar estável a R$ 5,57

Com a divulgação do aguardado vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, o Ibovespa estacou em baixa de 1%, movimentando-se bem pouco
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Mercado continua volátil (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil Mercado continua volátil

Após duas semanas de perdas consecutivas, o Ibovespa conseguiu acumular ganho de 5,95% no intervalo de cinco sessões concluído ontem, no melhor desempenho desde a semana até o dia 30 de abril, quando subiu 6,87%. O principal índice da B3 se inclinou a uma moderada realização de lucros desde cedo, após ter avançado nas duas sessões anteriores e também na segunda-feira, dia no qual saltou 4,69%, o maior ganho desde 6 de abril. Ontem fechou em baixa de 1,03%, a 82.173,21 pontos, tendo tocado 81.668,80 na mínima, saindo de máxima a 83.027,09. Já o dólar ficou estável, a R$ 5,5797.

Às 17h, quando o aguardado vídeo da reunião ministerial foi divulgado no site do Supremo Tribunal Federal (STF), o Ibovespa estacou em baixa de 1%, movimentando-se bem pouco à medida que as primeiras informações chegavam a público, especialmente comprometedoras para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, um dos mais "ideológicos" integrantes do governo. Assim, o ajuste de fechamento foi mínimo, enquanto o teor da reunião chegava ao conhecimento do mercado.

Na quinta-feira, 21, o índice havia navegado na contramão do Exterior, mas hoje se alinhou ao dia em boa parte moderadamente negativo nos EUA como mais cedo na Europa e na Ásia, em meio à realização do congresso anual do PC da China, que pode aprovar regras mais estritas de controle sobre Hong Kong, território que conta com margem de autonomia desde a devolução pelo Reino Unido, em 1997. O temor é que o governo Trump venha a reagir em defesa das liberdades de Hong Kong, o que poderia acentuar a tensão política e comercial entre as duas maiores economias do planeta.

Por aqui, na véspera do fim de semana, a cautela foi reforçada pela expectativa quanto à divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, peça importante da investigação sobre a denúncia do ex-ministro Sergio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro pretendeu interferir politicamente na Polícia Federal. Em desdobramento relevante, o ministro e decano do STF, Celso de Mello, encaminhou três notícias-crimes ao procurador-geral da República, Augusto Aras, com pedidos de apreensão dos celulares do presidente e de seu filho Carlos Bolsonaro.

Assim, a percepção de risco político, que no dia anterior havia melhorado com o sinal de entendimento de União e Estados sobre a necessidade de conter os salários do funcionalismo até o fim de 2021, voltou a pesar sobre a confiança dos investidores. "Havia uma expectativa para este vídeo e, também, cautela com o feriado de segunda-feira nos EUA, o que sempre afeta a liquidez por aqui", aponta Pedro Galdi, analista da Mirae.

"Houve uma realização de lucro natural, de véspera de fim de semana, ao fim de um período que surpreendeu positivamente, com a reunião do presidente com os governadores, e também as palavras do presidente do BC, Roberto Campos Neto, que contribuíram para enfraquecer o dólar", acrescenta.

Após os ganhos da semana, a realização de lucros desta sexta-feira foi relativamente bem distribuída por consumo, commodities, siderurgia e bancos, com o setor de utilities, defensivo, mostrando algum fôlego na sessão, com Eletrobras ON ( 7,67%) na ponta do Ibovespa e desempenhos positivos também para Eletrobras PNB ( 5,14%) - segunda maior alta do dia -, Cemig ( 1,19%) e Cesp ( 1,49%).

Na ponta negativa do Ibovespa, Hering cedeu hoje 9,09%, Cogna, 8,51%, e Lojas Renner, 8,34%. Entre as blue chips, Petrobras PN caiu 2,71% e a ON, 2,16%, enquanto Vale ON fechou o dia em baixa de 1,68%. Entre os bancos, BB, que havia subido 7,06% no dia anterior, caiu hoje.

Já o dólar fechou a semana acumulando queda de 4,44%. Foi o maior recuo desde a semana de 30 de setembro de 2018, quando caiu 4,81%. O pregão de ontem foi todo marcado pela expectativa da decisão do Supremo sobre a divulgação do vídeo da reunião de Jair Bolsonaro e seus ministros, que deixou o mercado cauteloso e oscilando perto da estabilidade na tarde de ontem. Às 17 horas, a reação imediata no câmbio foi modesta, com as mesas ainda avaliando o conteúdo do vídeo. Nos pregões anteriores, a menor tensão política e o exterior favorável ajudaram a retirar pressão do câmbio. Com isso, o real teve o melhor desempenho semanal ante moedas emergentes.

As mesas de operação já começaram a sexta-feira na expectativa pela decisão sobre o vídeo e o volume de negócios ficou abaixo da média pela manhã. Declarações do diretor do diretor de Política Econômica do Banco Central, Fábio Kanczuk, de que a instituição está "muito bem preparado" para corrigir distorções no mercado de câmbio, principalmente pelo nível das reservas internacionais, ajudaram a retirar pressão no câmbio, ecoando o que o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, havia dito na noite de quarta-feira. Nesta sexta, o dólar à vista fechou praticamente estável (-0,04%), a R$ 5,5797. O dólar para junho caia 0,34%, a R$ 5,5370 às 17h35min. (Agência Estado)

 

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