O teste de fogo do funcionamento dos shoppings não é apenas do ponto de vista sanitário. A volta do consumo ainda é incerta, acredita o professor, economista e consultor Mário Monteiro.
Para ele, algumas questões precisam ser consideradas: o distanciamento social em Fortaleza já não vinha sendo seguido à risca pelas pessoas mesmo durante o período de isolamento mais rígido; houve uma perda significativa do emprego e da renda das famílias; além do medo que uma parcela significativa da população tem de ser contaminada.
"É muito incerto. Será que as pessoas vão querer se expor? E, se sim, estarão em condições de gastar? O pagamento dos auxílios emergenciais serão prorrogados, mas com valor menor. Acredito que o movimento vai voltar, mas ainda muito aquém do esperado e do necessário para amenizar as perdas que as empresas tiveram".
Por isso, ele acredita que, neste novo contexto, as lojas precisarão fazer um malabarismo grande para continuar de pé. Seja porque o horário de funcionamento será reduzido, seja porque os gastos de manutenção das lojas, como água, luz, aluguel de espaços e outras taxas voltarão a incidir mais forte, além de uma série de adequações que precisarão ser feitas.
"Nem todas as lojas têm musculatura para passar por isso, o que pode gerar uma onda de fechamento de lojas nos shoppings. O que gera um círculo vicioso, porque um shopping com menos lojas se torna menos atrativo ao consumidor. Serão tempos difíceis e que vão exigir muita criatividade".
O educador financeiro Marcelo Leite reforça que o consumidor também está passando por um momento de escolhas difíceis. E precisará adquirir bons hábitos financeiros, caso não os tenha. "Cada vez mais a organização financeira se faz necessária. Ficar atento ao que entra e sai de receita, priorizar gastos para evitar um super endividamento. Não dá mais só para comprar por impulso".