A Aeris comprou as instalações da Wobben Windpower Indústria e Comércio Ltda (subsidiaria da alemã Enercon). Ambas ficam no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), no Ceará, conforme adiantou ontem o Blog Jocélio Leal.
A Wobben já não produzia pás eólicas por decisão da matriz desde o último trimestre de 2019, quando deixou de produzir no modelo verticalizado, fazendo desde pás, até turbinas e torre. O foco da empresa alemã passou a ser apenas turbinas em produção por demanda.
O consultor de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e presidente da Câmara de Energias Renováveis da Agência de Desenvolvimento do Estado (Adece), Jurandir Picanço, destaca que o negócio representa mais uma fase de desenvolvimento da Aeris.
"É um caminho sem volta. Vai ser uma expansão da Aeris como a maior fabricante de pás eólicas do Brasil. A Aeris tem um crescimento contínuo nos últimos anos, atendendo inclusive a Vestas (que também tem planta instalada no Ceará)", comenta.
O avanço da empresa na produção de pás, iniciado em 2012 no Ceará, fez com que a movimentação dos itens no Porto do Pecém triplicasse entre 2018 e 2019. Fundada em 2010, a Aeris atende demandas internacionais e busca localizações estratégicas para suas sedes.
Jurandir ainda destaca a Wobben, que tem uma importância histórica para o setor de energias renováveis no Ceará e no Brasil. Foi a alemã, ainda no fim da década de 1990, que instalou no Estado as primeiras usinas eólicas comerciais do País, na Taíba, em São Gonçalo do Amarante, e na Prainha, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza. Na época, isso foi possível através de contrato entre a empresa e a Coelce (hoje Enel).
No Ceará, a Wobben permanece com a estrutura de matriz para prestação de serviços na América Latina. Segue com Operação e Manutenção. Estava no Pecém desde 1998. No Rio Grande do Norte, a Wobben Windpower e a sócia Petrobras já haviam posto a venda as usinas eólicas Mangue Seco 3 e 4, com 26 MW de capacidade instalada cada. (Colaborou Samuel Pimentel)