O POVO consultou as três principais companhias brasileiras para saber sobre seus planos de retomada e o impacto da crise sobre o quadro de funcionários. A Gol afirmou que assinou acordo com o sindicato dos trabalhadores e que vai manter o emprego de 926 comandantes, 964 copilotos e 3.262 comissários de bordo. Além disso, ontem a empresa anunciou que a BlackRock adquiriu uma grande quantidade de ações preferenciais da companhia. O que pode sinalizar que a Gol está sob controle, inclusive para superar a crise.

A Azul diz, em nota, que conseguiu manter empregos e a sustentabilidade de seu negócio, mesmo vivenciando uma drástica queda da demanda. A companhia também firmou um acordo com o sindicato que prevê a redução de 40% dos tripulantes até o fim de 2021.

A companhia em maiores dificuldades neste momento é a Latam. Atualmente, a empresa trabalha na retomada gradual dos voos e, em junho de 2020, opera no Brasil uma média diária de 70 voos. Em abril e maio, operou com 5% da sua capacidade pré-pandemia, com malha diária essencial de aproximadamente 35 voos. No País, antes da pandemia, operava uma média de 750 voos/dia.

O POVO apurou que o número de demitidos pela empresa no Brasil deve chegar a 15 mil e, em Fortaleza, 60% da equipe de funcionários devem ser desligados. Nesta semana a companhia iniciou o Plano de Demissão Incentivada (PDI), que já foi aprovado em assembleia com o Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA).

Por meio de nota, a Latam informou que, com a queda de vendas em um período de tempo muito curto, foi necessário rever toda a operação para reequilibrar fluxo de caixa e reduzir custos fixos. "A empresa vem trabalhando de forma estratégica na adequação e retomada de sua malha aérea essencial, sempre com base na demanda e em eventuais restrições de viagem nos países onde opera". (Colaborou Bruna Damasceno)