Apesar de melhora no cenário, o mercado imobiliário está longe do seu auge. O estoque de imóveis em Fortaleza é estimado em 7 mil unidades pelo Sinduscon-CE e lá se vão quase quatro anos, praticamente, sem lançamentos.
De acordo com o coordenador de vendas da construtora Carneiro de Melo, Wátilla Moura, a melhora do ambiente de crédito começou a se refletir com mais força no fim do ano passado, arrefeceu durante o período de isolamento mais rígido, o que restringiu as visitas presenciais ao condomínio, mas voltou a tomar fôlego no mês passado.
Ele diz que essa procura cresceu tanto nos empreendimentos com casas de 98 m² de área construída, com valor médio de R$ 430 mil, às maiores, com 339 m² e valores a partir de R$ 1,2 milhão. "Está tendo muita procura, acho que pelo cliente estar levando em consideração o real valor do imóvel, de ter uma área privativa, com uma taxa de juros menor", acrescenta.
O diretor comercial da Terra Brasilis, Ricardo Alexandre, também relata um aumento na procura por casas no condomínio, localizado em Aquiraz, na ordem de 80%, em comparação ao que se tinha há um ano. Em abril foi lançada a opção de casas conceito, em que o cliente pode participar efetivamente da escolha da configuração da casa, se terá, por exemplo, fachada, piscina, energia solar, churrasqueira. Com metragens entre 147 m² e 230 m², o valor do lote sai a partir de R$ 568 mil.
De abril para cá, já são seis casas em obras e outros 20 projetos em fase de modelação. Ricardo acredita que o fato de ser condomínio fechado, em um bairro planejado, com uma série de serviços e opções de lazer há alinhamento com novas tendências de comportamento do consumidor, que busca mais exclusividade. "A vontade já existia, de sair das áreas mais centrais, onde o trânsito é mais caótico, por lugares com mais conforto, em que se tenha mais prazer em ficar em casa. O que a pandemia fez foi acelerar esta decisão".
O gerente comercial da Alphaville Urbanismo, Eleno Alves, diz que as vendas no Cidade Alpha Ceará, localizado na rodovia do 4º Anel Viário, com loteamentos residenciais e comerciais, a partir de 275 m² até 600 m², mantiveram-se na média histórica durante a pandemia. "Em função do isolamento social, passaram a considerar outras características importantes, como áreas de lazer, quintal, espaço para trabalho e espaço para atividades físicas".