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Mercado precisa se adaptar às experiências do usuário
Economia

Mercado precisa se adaptar às experiências do usuário

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Tipo Notícia

O professor dos MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ulysses Reis, destaca que os consumidores da economia prateada são ativos e já embarcavam em experiências digitais, agora intensificadas pela necessidade do isolamento social.

"Muitos já estavam nas redes sociais Facebook e Whatsapp, por exemplo, por uma necessidade de manter a comunicação com os parentes. Essa história de que eles não têm noção digital é falsa. O que ocorria eram tradições e preferências por comprar na loja, em catálogos, dos trabalhadores informais", enumera.

Neste contexto, explica, eles passarão a fazer mais aquisições onlines, mas sem abrir mão de ir a lojas em alguns casos. Os setores hoteleiros, farmacêutico e o varejo devem pensar em aspectos como ergonomia, funcionalidades, preços e facilidades voltadas para pessoas a partir de 60 anos.

Por exemplo, dieta diferenciada no café da manhã e quartos adaptados para hotéis. O comércio precisará dispor de sites com letras maiores, informações claras e sem poluição visual, além de central de atendimento por telefone.

As farmácias terão de aproveitar mais a relação com o cliente. Eles costumam comprar todos os meses os mesmos produtos e na mesma data, pagando sempre por um valor médio. Informações importantes para desenhar uma oferta especial para aquela pessoa com um consumo previsível.

"Existe um fenômeno que está ocorrendo no mundo inteiro chamado 'cauda longa', que é o fabricante passar por cima do vendedor. Os laboratórios estão com estratégias montadas para ligar e ofertar o que ele quer e precisa no tempo certo e com valores atrativos, além de mandar entregar em casa. Só quem não acordou foi o segmento de farmácias", aponta.

O professor de Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Agostinho Celso Pascalicchio, acrescenta que a tendência também impacta os consumos duráveis, como o desenvolvimento de automóveis para essas idades.

No aspecto da segurança, o fundador e CEO da Morphus, empresa de segurança da informação, Rawlison Brito, acredita que a pouca informação pode gerar mais vulnerabilidade para os maduros, assim como para toda a sociedade. "O maior risco é a extração de dados e uso indevido", diz, destacando a necessidade de uma educação cibernética. 

 

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