Para além da questão de investir naquilo que acredita ou de ter o seu nome ou marca associada a empresas com valores próximos, há também uma importante razão econômica para os investidores se preocuparem com a forma com que as empresas conduzem os seus negócios: evitar solavancos nos investimentos.

O vice-presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Nordeste), Ricardo Coimbra, explica que empresas que adotam boas práticas ambientais, sociais e de governança nos seus negócios e deixam isso claro aos seus investidores estão menos sujeitas às interferências externas e humores do mercado. De vir a sofrer, por exemplo, um boicote porque aquela empresa está causando danos ao meio ambiente.

“Se você tem transparência, se todos os seus relatórios são auditados, evita solavancos. Você tem uma perspectiva mais transparente do que está acontecendo com a companhia, que a empresa não está agindo de forma errada, com má fé”.

Ele reforça que há um aumento do interesse por empresas com princípios ESG tanto por grandes investidores, como pelos pequenos investidores pessoa física. E, com a redução da taxa de juros, e consequente perda da rentabilidade das aplicações do tipo renda fixa, há uma procura maior pelo mercado de capitais.

“E o que a gente vem observando é que as empresas que se preocupam com a questão ambiental, social e governança vem se destacando na atração de investidores”.

Para ele, as empresas mais organizadas com estes princípios, mesmo aquelas que ainda não estão listadas em bolsa, têm mais chances de aproveitar este momento na hora de sair em busca de parceiros.