Apesar de baixas, a permanência de Paulo Guedes como ministro da economia não é vista sob ameaça. Mas, se ocorresse, seria desastroso não somente para a relação de Bolsonaro com empresários e investidores, como pelo próprio processo de reestruturação da pasta para a retomada da economia.  

O economista Alcântara Macedo afirma que não vê em Guedes "apetite" para aderir a uma pauta mais populista, por outro lado, entende como natural essa pressão que está ocorrendo dentro do Governo por pautas como a prorrogação da concessão do benefício de R$ 600 e ampliação dos gastos públicos, já que as medidas têm contribuído para melhorar a popularidade de Bolsonaro.

"O Governo se mantém no poder por causa do voto, e se não atender a expectativa desse grupo, a reeleição pode correr risco. São medidas necessárias em meio ao que está acontecendo, mas se não mantivermos o controle das contas públicas e o enxugamento da máquina no radar, vamos sacrificar esta geração e a próxima".

Na avaliação do economista Sérgio Melo o plano de uma economia mais liberal continua de pé, o que ocorreu é uma desaceleração. Para ele, não há espaço, por exemplo, para furar o teto de gastos.