Para Karine Rodrigues, dona do Royal Buffet, esta falta de previsibilidade compromete os ganhos deste ano e do próximo. Isso porque a maior parte das festas, como casamentos, 15 anos, formaturas, são fechados e pagos com antecedência. E ainda que se consiga o adiamento para ser realizado em 2021, não será um dinheiro novo entrando.

"Não é como os outros setores que ficaram quatro, cinco meses parados e aos poucos retoma. No nosso caso, de eventos, precisamos ter uma data para honrar os contratos que já foram pagos, entregar o serviço que já foi contratado. Caso contrário, não teremos renda neste e nem no próximo ano, porque ainda que consiga novas eventos, as datas vão estar ocupadas com os eventos que deveriam ter sido realizados em 2020 e não foram".

Ela diz que, felizmente, ainda vem conseguindo fazer com que a maioria dos contratos marcados sejam adiados, mas há aqueles mais difíceis de serem revertidos, como é o caso de datas fechadas, como o 1º ano de uma criança. "Dificilmente, se justifica jogar a comemoração para o 2º aninho. E o cancelamento é o pior dos cenários, porque a gente tem que devolver o que já recebeu. Mas como fazer isso sem faturamento há seis meses e tendo que arcar com todos os custos de uma empresa?".

Nesse período em que está com as atividades paralisadas, tem procurado maneiras de continuar sobrevivendo. Recorreu às medidas emergenciais de suspensão de contratos dos funcionários, aproveitou a expertise da cozinha para vender comida por encomenda, investiu no estreitamento de relação com clientes, alternativas ainda insuficientes para reverter os prejuízos. "É ínfimo, ainda mais considerando que boa parte dos funcionários está voltando agora. É uma situação muito complicada", reforça.