Por ser um setor muito diverso entre si e pulverizado, é difícil até estimar o tamanho do rombo financeiro causado pela pandemia e por quanto tempo isso seguirá pressionando. Mas já se sabe que a ferida foi grande. Dados preliminares da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape) sinalizavam, em abril, perdas acumuladas de R$ 290 milhões no País. Já a Associação de Marketing Promocional (Ampro) fala em prejuízo de R$ 200 bilhões no semestre.
De todo modo, pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe) e Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc), com mais de 2,7 mil empresas no País, informa que 98% dos entrevistados declararam ter eventos impactados de alguma maneira pelos efeitos do vírus.
Em muitos casos essa reuniões e congressos foram canceladas. Diante dessa situação, 35% optou pela negociação de crédito para utilização posterior, 34% devolveu recursos para o contratante ou fornecedores, 16% alegaram ainda não ter recebido antecipação de pagamentos e outros 16% encontraram outra solução. Na média, segundo a pesquisa, realizada entre 14 e 22 de abril, o índice de cancelamento representava quase o dobro das remarcações.
No Ceará, parte dos eventos corporativos estão sendo realizados de maneira virtual enquanto ainda não há liberação das atividades presenciais. A organizadora de eventos e cerimonialista, Raquel Parente, explica que a modalidade tem ajudado a amortecer as perdas, mas ainda de maneira insuficiente.
Tanto do ponto de vista de geração de empregos, mas também das possibilidades de interação do conteúdo, troca de contatos e rodadas de negócios que os eventos presenciais proporcionam.
"Tem sido uma saída aos organizadores, mas não é a mesma coisa. Acredito que, quando os eventos voltarem 100%, a tendência é caminharmos mais para um modelo híbrido, com atividade presencial, mas também abrindo link para transmissão virtual".
Ela explica que, assim como outros setores fizeram, no segmento de eventos já existem propostas de protocolos para uma retomada segura. A própria Abeoc elaborou um modelo, com o aval de epidemiologistas, e submeteu o documento para o Ministério do Turismo.
Dentre outras orientações, há orientações para clientes e trabalhadores, nas empresas; nos centros de convenções em suas diversas áreas, como praça de alimentação, sanitários e estacionamento; e também nos auditórios e estandes. Isso inclui, além de máscaras e álcool em gel, a disposição de mesas, assentos e a montagem.