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Com tensão, dólar vai a R$ 5,61 e Bolsa cai 1,4%
Economia

Com tensão, dólar vai a R$ 5,61 e Bolsa cai 1,4%

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O mercado financeiro registrou ontem mais um dia de forte oscilação, ainda refletindo as apreensões em relação ao aumento do déficit fiscal do governo, mas também puxado pela indicação de novo atrito entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Com a crítica pública de Bolsonaro à proposta apresentada pela equipe econômica para bancar o Renda Brasil, novo programa social que o presidente quer colocar no lugar do atual Bolsa Família, gerou mal-estar no mercado.

Depois de chegar a R$ 5,63 na máximo do dia, o dólar encerrou o pregão negociado a R$ 5,61, o que representou uma variação de 1,59%. Já o Ibovespa, principal índice da B3, teve queda de 1,46%, aos 100.627 pontos - a despeito do movimento favorável no Exterior, com o S&P500 e a Nasdaq renovando máxima histórias.

O estrategista-chefe da Infinity Asset, Otávio Aidar, lembra que têm havido divulgações de dados econômicos positivos, melhores até do que esperado, mas mesmo assim o medo de um desarranjo fiscal do País predomina nas decisões dos investidores.

"Todo mundo no mercado sabe que o pessoal do Ministério da Economia é muito bom e sabe fazer conta. Sendo assim, se eles falam que não dá para chegar onde o presidente quer, é porque não dá", afirmou ele, referindo-se ao desejo de Bolsonaro de pagar um benefício médio de R$ 300 no Renda Brasil. Para tanto, Guedes propôs o corte de deduções do Imposto de Renda e o fim de outros programas sociais, como o abono salarial.

"Há um problema muito sério no governo, de comunicação ou de entrosamento. Não dá para saber ao certo o que, de fato, está acontecendo: há muita confusão, muito ruído, para se prever qual será o desfecho", disse Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura, acrescentando que a incerteza recomenda viés "defensivo" para as ativos.

"Não dá para saber direito em que direção se vai, mas o Posto Ipiranga (como Bolsonaro costuma chamar o ministro da Economia) está perdendo status", acrescentou ele. (Agência Estado)

 

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