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O que pode pesar no cenário pós-pandemia
Economia

O que pode pesar no cenário pós-pandemia

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A guerra comercial entre EUA e China, a pressão internacional por sustentabilidade e o impacto da pandemia sobre a questão logística são fatores que podem refletem nas exportações das placas de aço, pás eólicas e melões no pós-pandemia. Juntos, os três produtos respondem por 70% da pauta exportadora do Estado.

Ontem, ao falar no Ceará Global 2020, o presidente da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), Cláudio Bastos, disse, por exemplo, que no setor de placas de aço, embora esteja observando um crescimento da demanda chinesa, há forte preocupação em relação à postura adotada pelo governo norte-americano de proteção comercial e um agravamento da crise entre os dois países.

"Os EUA estão querendo substituir o regime de cotas por tarifação, o que pode diminuir muito a nossa capacidade de competição no mercado americano. Não sabemos ainda como isso vai se desdobrar, mas a gente já começa a perceber um aumento no nível de proteção dos mercados". Para ele é essencial que o governo brasileiro esteja atento a essas questões comerciais.

Já as exportações de melões - que, neste ano, cresceram de US$ 6 milhões para US$ 14 milhões, no comparativo com o primeiro semestre de 2019 - vem se beneficiando do aumento da demanda global por alimentos. E poderia experimentar um importante boom a partir de uma maior inserção dos produtos cearenses na China, avalia Luís Barcelos, presidente da agrícola Famosa, a maior empresa exportadora do setor.

Ele explica que a China consome hoje, apenas no verão, 400 mil hectares do produto. "Se conseguirmos acessar 10% do mercado chinês, já estamos falando do equivalente a 40 mil hectares, o dobro do que plantamos hoje".

O problema é a questão logística. A redução dos voos internacionais por conta da pandemia tornou muito mais caro o envio de amostras do produto pelo modal aéreo. E, atualmente, não há serviços marítimos que liguem diretamente os portos cearenses aos chineses.

Já o presidente da Aeris Energy, Alexandre Negrão, explica que mesmo com a demanda de energia caindo em função da pandemia, o setor de renováveis tem vivenciado um importante cenário de expansão. "A energia eólica representa hoje 10% da matriz global, mas tem planos de chegar a 40%".

 

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