Neste contexto de crise econômica associada à pandemia, as grandes ações de liquidações, mesmo sem estar ligadas a datas comemorativas, tendem a ser cada vez mais frequentes, acredita o economista, Mário Monteiro, consultor da RPG Reinfra Consultoria.

"Neste momento é o que o comércio pode fazer porque teve uma queda na atividade econômica forte, com a pandemia impactando todas as datas comemorativas mais importantes do primeiro semestre. Os programas de transferência de renda estão de certa forma dando alguma sustentação para o consumo, então, é a ferramenta que resta ao comércio para, eu não diria nem expandir, mas reduzir as perdas".

Quando se observa na outra ponta, pela ótica do consumidor, ele diz que o momento ainda é de muita incerteza. Tanto por uma parcela da população ainda ter receio de sair às ruas por conta da pandemia, como em relação à renda, até porque agora começam a chegar ao fim as medidas emergenciais. O que faz com que, na avaliação dele, ainda que os preços fiquem de fato competitivos, o consumo nestas datas criadas pelo setor para queima de estoques, como a Semana Brasil ou a Black Friday, em novembro, ainda fiquem aquém de anos anteriores.

O educador financeiro Marcelo Leite reforça que essa cautela do consumidor é importante para evitar o descontrole das finanças. Ele diz que o ideal é realmente só fazer novas compras quando há espaço no orçamento para isso. "Para quem tem condições neste momento pode ser uma boa hora de aproveitar a oportunidade e até mesmo antecipar as compras de final de ano".

Ainda assim alguns cuidados são necessários, como já ter em mente o quanto pretende gasta. "No caso das compras online é sempre importante verificar se o site é confiável, a política de devolução de produtos, frete e prazos de entrega", diz Marcelo.