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Para Guedes, prorrogação é "última camada de proteção" social
Reportagem

Para Guedes, prorrogação é "última camada de proteção" social

Ministro da Economia. Programas
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O pronunciamento do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a prorrogação do auxílio emergencial até dezembro, em parcelas de R$ 300, colocou em dúvida o discurso adotado pelo Governo Federal nos últimos meses de defesa dos programas sociais. As quatro prestações até o fim do ano serão as "últimas camadas de proteção" a serem lançadas, apontou.

Segundo Guedes, o pagamento foi importante para que o País evitasse um caos generalizado, já que diversas famílias estavam na informalidade. Ele aponta que o auxílio evitou que "quase 40 milhões de brasileiros abandonados" e "vítimas do desespero" partissem para a "violência em busca de alimentos", o que avaliou o que seria uma "tragédia de proporções inimagináveis".

Apesar do esforço do governo em sinalizar apoio a programas sociais, o ministro não deu detalhes sobre o Renda Brasil, programa que substituirá o Bolsa Família e o auxílio emergencial e promete ser a marca social do governo Bolsonaro.

Para a cientista política e pesquisadora do Laboratório de Política, Eleições e Mídia (Lepem-UFC), Monalisa Torres, o momento é de negociação com o Congresso e reorganização do orçamento "para garantir que esses auxílios sejam viáveis do ponto de vista fiscal."

"Ele (Bolsonaro) se aproximou do centrão e reorganizou as lideranças no Congresso de modo que mudou, inclusive, o líder do governo para um político do centrão que teria mais habilidade de fazer essa comunicação", avaliou a cientista. Enquanto isso, com justificativa de reorganizar a distribuição do orçamento, o Planalto deve tentar tocar projetos desejados pela equipe econômica, como a reforma tributária.

Segundo Monalisa, por mais que a prática dos projetos sociais se apresente eficaz na busca por eleitorado, um real ganho político no processo dependeria da criação de políticas mais planejadas. "Não será apenas o Renda Brasil. Outros condicionantes terão que entrar nesse cálculo para que, eventualmente, a gente possa ter esse realinhamento eleitoral", diz. 

 

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