A ideia do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) para beneficiar as regiões Norte e Nordeste no novo programa habitacional é a ampliação do valor dos imóveis financiados. Ainda pendente de discussão e votação do Conselho Curador do FGTS, o MDR quer que para municípios dessas regiões, com população inferior a 50 mil habitantes, o limite salte de R$ 74 mil para R$ 85 mil, um ajuste de cerca de 15%.

A execução aquém do desejado é mais preocupante no Norte onde 78% dos recursos não foram utilizados. No Nordeste, esse percentual é de 23%. Os dados constam de levantamento do MDR, publicado no site do jornal Valor Econômico e confirmado pelo O POVO.

Na visão do Governo Federal, o ajuste corrigiria distorções regionais, já que do total de R$ 113,270 bilhões disponibilizados para programas habitacionais nas regiões Norte e Nordeste entre 2015 e 2019, 40% não foram utilizados devido à baixa demanda e, consequentemente, remanejados para as outras regiões.

Isso acontece porque os valores mínimos são considerados baixos em regiões com maior renda, como Sul e Sudeste, mas em algumas regiões, principalmente longe dos grandes centros urbanos do Norte e Nordeste, o valor afastava potenciais clientes.

Os cálculos do Governo apontam que 1 milhão de famílias deverão ser incluídas no crédito imobiliário no novo programa habitacional, com a expectativa de financiar 1,6 mil imóveis. Além do financiamento habitacional, o programa atuará com regularização fundiária e melhoria de residências, enfrentando problemas de inadequações, como falta de banheiro, por exemplo. A meta é regularizar 2 milhões de moradias e reformar 400 mil até 2024.