Com os ativos atrelados à taxa de juros perdendo a atratividade e rendimento, os investidores - em especial os menos arrojados - estão pressionados. Na análise de Carollyne Mariano, sócia na Redoma Invest Consultoria de Investimento, "do ponto de vista de rentabilidade dos investimentos, o juro Selic nesse patamar é ruim, pois a maioria das aplicações financeiras possuem a sua remuneração atrelada ao CDI, então, quanto mais baixo o CDI estiver, menor será a rentabilidade dos investimentos".
Esse fator faz com que as opções mais rentáveis também venham atreladas a maiores riscos. "A principal alternativa para obter melhor rentabilidade é arrojar mais nas aplicações. Uma boa saída são os fundos multimercado, que investem em vários tipos de ativos (juros, moedas, ações etc.). Aplicar parte do patrimônio é a indicação para os investidores que não precisam dos recursos a curto prazo e que tenham perfil de risco para aguentar as possíveis oscilações que esse tipo de investimento pode vir a ter", completa.
Sobre o mercado de ações, Carollyne destaca que essa é sempre uma boa opção, desde que o investidor saiba o que está fazendo. Ou seja, desde que não precise utilizar os recursos no curto espaço de tempo e que entenda e conheça a empresa que virará sócio.
"É preciso ter cuidado na escolha das ações. É importante estar sempre bem informado das notícias e procurar por cursos de introdução ao mercado de ações", afirma.
Neste cenário de Selic baixa no atual momento, o economista e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Agostinho Celso Pascalicchio, faz um contraponto e diz que a persistência de uma política de taxa de juros baixa poderá causar mais danos do que benefícios. Para os poupadores que alocam sua riqueza em depósitos de poupança ocorre a continuidade de perdas financeiras, com a perspectiva de um rendimento real em decréscimo.
"A baixa remuneração da poupança parece, também, estimular muito mais o consumo do que a aplicação financeira", analisa.